Com um investimento global que poderá ascender aos cinco milhões de euros, a região duriense poderá candidatar-se, até ao final do mês de Maio, aos fundos comunitários necessários para a criação de uma rede de Centros de Informação Turística (CIT’s) que vai permitir a transformação e desenvolvimentos dos actuais postos de turismo dos 19 municípios que constituem a Entidade Regional de Turismo do Douro (ERTD).
O concurso, que tem como prazo para a apresentação de candidaturas o dia 31 de Maio, deverá contar com um projecto global para a criação da Rede de Informação Turística do Pólo Douro que terá como “chefe de fila” a ERTD e como parceiros os 19 municípios que a constituem. “Se os presidentes de câmara assim o entenderem, todos poderão apresentar uma candidatura”, explicou António Martinho, presidente da Entidade Regional.
Aliás, “seria óptimo que assim acontecesse para se melhorar o serviço que os actuais Postos de Turismo prestam aos turistas”. “É importante que, em todos os elos da cadeia que constitui o serviço ao turista, nada falhe, ou, pelo menos, seja realizado nas melhores condições. É fundamental que o turista, quando regressa à sua residência, se sinta com vontade de voltar”, reforçou o mesmo responsável.
Segundo António Martinho, o valor do investimento global pode ascender a 5 milhões de euros, sendo 3,5 milhões de verbas FEDER e o restante da responsabilidade dos parceiros que apresentam as candidaturas. “Estas podem incluir a construção/requalificação das instalações do CIT, arranjo interior (devendo obedecer ao layout definido), painéis de identificação e de sinalização e aquisição de equipamentos multimédia e de gestão de informação”.
Recorrendo ao equipamento tecnológico, serão criadas “as condições para o estabelecimento da rede de informação que se pretende e que pode ser muito útil ao serviço que os Centros podem prestar, ou seja, será possível pôr as “tecnologias de informação e comunicação ao serviço de um turismo que assente na qualidade, na inovação e segurança”.
Uma importante vantagem da criação da rede é a disponibilização da informação de toda a região em cada um dos centros, mais, “pretende-se também criar condições para que a informação circule numa rede mais ampla, abrangendo numa primeira fase todo o Norte e, depois, todo o país”.
“Um destino turístico de qualidade, definido como prioritário pelo Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), classificado já pela Organização Mundial de Turismo como «de Excelência» não pode continuar com os actuais postos de turismo”, recordou o presidente da ERTD, defendendo que “a actividade turística do Douro merece este esforço dos municípios”.
O concurso agora aberto contempla três tipologias de candidaturas, “a primeira, designada Centros de Informação Turística âncora do Pólo Douro, constituída pelos municípios seleccionados mediante determinados critérios e com um movimento superior a 80 por cento no seu conjunto”, ou seja, Alijó, Lamego, Peso da Régua, Torre de Moncorvo, Vila Real e Vila Nova de Foz-Côa, que podem apresentar candidaturas até ao máximo de 270 000 euros de financiamento FEDER. A tipologia dois engloba os restantes municípios e constitui um conjunto de “CIT’s complementares, podendo, cada projecto, candidatar até um máximo de 140 000 euros de verbas FEDER”.
Na terceira tipologia poderão apresentar-se projectos “de dinamização, gestão, implementação e acompanhamento de toda a rede, podendo contemplar a aquisição de serviços especializados para a produção de conteúdos, bem como a produção de vestuário comum para quem está em contacto com o público, reforçando-se a imagem de Rede”, sendo de sublinhar que caberá à Turismo do Douro apresentar a candidatura cujo montante poderá ascender a 300 000 euros de financiamento comunitário.
De recordar que, inicialmente a “Agenda Regional do Turismo” apresentou uma proposta de rede que previa a criação de 23 novas estruturas na região Norte, oito das quais localizadas no Douro e três na região de Trás-os-Montes, tendo sido mesmo aberto concurso para a criação deste desenho de rede.
O actual concurso vem permitir que “todo o território do destino turístico Douro seja contemplado”. “O Douro não é uma ilha”, explicou António Martinho, justificando assim a rede mais completa de 19.
Além dos vinhos, “o Douro dá muito ao país”. “Com a navegabilidade do rio e com a apetência crescente por destinos diferentes, menos massificados, onde o equilíbrio entre a acção do Homem e a Natureza é factor de qualidade de vida, com dois Patrimónios da Humanidade – o Vale do Côa, com as suas gravuras rupestres milenares, e o Alto Douro Vinhateiro, paisagem cultural evolutiva viva, com os socalcos assentes em muros de xisto, o Douro tem-se vindo a tornar num destino turístico com elevados níveis de qualidade. Na verdade, para além destas, já mereceu a classificação de excelência, o 7º lugar nos destinos turísticos sustentáveis da Europa, integrando, ainda, as 77 Maravilhas da Natureza, a nível mundial”, recordou o presidente da Turismo do Douro, frisando que para isso contribuem todos os municípios e por isso todos devem ser objecto de uma intervenção que melhore a imagem dos seus postos de turismo e crie condições para prestar um melhor serviço aos turistas.
Depois de outros esforços, nomeadamente a reestruturação do horário de funcionamento dos Postos de Turismo de Vila Real, Peso da Régua e Lamego, incluindo a abertura aos fins-de-semana, começa-se assim a colmatar uma das maiores lacunas do Douro, a informação prestada aos turistas, confirmou o mesmo responsável, adiantando ainda que “muito em breve será aberto o concurso” que poderá trazer o financiamento necessário à concretização da terceira fase de sinalização da região.