Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024
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A Canonização de Nuno Álvares Pereira e os tempos actuais

Nuno Álvares Pereira nasceu em 1360 e, portanto, parece que nada tem a ver com os tempos que nos é dado viver agora. Mas tal não é verdade. Senão vejamos: Nuno Álvares Pereira foi um homem austero e coerente, amigo de Portugal, mas muito mais amigo dos pobres. Foi educado nos ideais da Cavalaria: coragem, lealdade, generosidade, obediência castidade, cortesia, humildade, beneficência, protecção dos mais fracos e dos mais pobres.

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Comparando com os tempos actuais, será que encontramos semelhanças ou só diferenças? Salvo raras e honrosas excepções, são mais as diferenças que as semelhanças – onde está, actualmente, o amor pátrio, a coragem, a lealdade, a generosidade, a protecção dos mais fracos? Não será que o que encontramos é quem mais vigarize o país, quem mais cobardemente se esquive ao dever, quem seja desleal para com o próximo, quem só pense em si, menosprezando quem tem menos?

Nuno Álvares Pereira viveu também em tempos de crise, senão económica, pelo menos social e política. E que fez? Serviu-se da crise, como vemos agora, para proveito próprio? Não. Serviu o país do melhor modo que soube e pôde, como militar e político, pois na crise da independência que nos ameaçava, ele soube ver o perigo e acautelar os interesses dos legítimos herdeiros ao trono.

Foi um homem altamente titulado, rico e prestigiado, viveu num ambiente de luxo, mas não se deslumbrou e preferiu servir os mais pobres e necessitados.

E agora nós? Como vivemos? Numa sociedade altamente corrupta, em que cada um não se importa de espezinhar o vizinho para benefício próprio; em que o supérfluo de muitos é o necessário de muitos mais; em que a justiça, nem para alguns se pode dizer que existe, pois parece que não existe para ninguém; em que os não nascidos são eliminados por serem um estorvo à vida de libertinagem que querem viver quem os chamou à vida e os idosos vão pelo mesmo caminho por não serem produtivos.

Todos enchem a boca com a crise. Mas qual crise? Não é política, nem económica, nem financeira – é uma crise de valores morais que foram banidos ou querem banir da nossa sociedade e que arrastam consigo todas a outras crises.

Será que arrepiando caminho ainda nos salvaremos? Claro que sim, basta que ponhamos os olhos no Santo que vamos poder venerar e que é tão português e tão amigo da sua Pátria sempre foi. Os que agora tem responsabilidades de governação e poderes de decisão, imitem-no!

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