No conjunto de conclusões recentemente divulgadas por este projeto pioneiro, que operou no seio da diáspora portuguesa, particularmente na Europa, um levantamento de jovens emigrantes detentores de elevadas competências técnicas e educativas, e estudou o potencial de retorno desse capital humano e o seu impacto no desenvolvimento económico do país, destaca-se desde logo o facto estruturante de 62% dos jovens lusos qualificados, com idades compreendidas maioritariamente entre os 30 e 39 anos, continuar a emigrar.
De acordo com o estudo, que mostra o Reino Unido como um dos grandes destinos da nova emigração portuguesa, embora mais de metade desses jovens qualificados revelarem um perfil de empreendedor ou potencial empreendedor, e inclusivamente 56,4% afirmarem que gostavam de voltar e ser empresários em Portugal, existe um número significativo de jovens emigrantes lusos qualificados (35%) que pondera nunca mais regressar à pátria de origem.
O mesmo estudo indica ainda as principais motivações do retorno ao território nacional, assim como as de fixação nas novas pátrias de acolhimento. Os que pensam regressar, apontam sobretudo a saudade, e o estar próximo da família e dos amigos como o principal impulso de retorno, os que não pensam regressar, assinalam essencialmente as faltas de oportunidade de carreira, de emprego e os baixos salários na sua área, como a principal razão de optarem por trabalhar no estrangeiro.
Tendo em linha de conta que na última década a emigração lusa atingiu números históricos, contexto que acarretou a saída de milhares de portugueses entre os 20 e os 40 anos do país, este estudo sobre a emigração de jovens qualificados revela a imprescindibilidade da sociedade portuguesa apreender os desafios e oportunidades da emigração enquanto instrumento fulcral do nosso desenvolvimento e futuro coletivo.