Estamos a chegar ao fim da época. Os mais diversos campeonatos estão a ser vivamente disputados, com a luta pela conquista do título, pelo acesso a provas internacionais, pelas respectivas manutenções.
Na edição anterior do Nosso Jornal, José Manuel Cardoso elaborou um curioso e interessante trabalho, sobre as condições dos recintos desportivos para os elementos da Comunicação Social que neles têm de trabalhar, todas as semanas, em condições paupérrimas (e perigosas). É, na verdade, um problema antigo, a que urge dar solução.
Mas também há instalações para os próprios intervenientes (especialmente jogadores e árbitros) que, se fossem devidamente vistoriados por uma qualquer Delegação de Saúde, seriam, de imediato, reprovados e, provavelmente, selados (como aconteceu, há tempos, com os restaurantes chineses de Lisboa), não se podendo fazer jogos nesses recintos. Há tempos, um árbitro da nossa Associação, convidou-me a entrar num balneário de um campo, para verificar “in loco” o estado em que se encontrava a sanita e os chuveiros. Devo dizer que me enojei e que a equipa de arbitragem, terminada a partida, optou, muito evidentemente, por ir tomar o duche a casa.
Onde este aspecto assume contornos mais “delicados” é nos jogos que envolvem os escalões jovens.
Quem assistiu, no domingo, às finais de Juniores (em Vila Real, entre a Diogo Cão e o Alijoense) e de Juvenis (em Vila Pouca de Aguiar, entre o Abambres e a Flaviense) não deixou de notar a diferença entre esses dois jogos (disputados em terreno relvado, com muito público nas bancadas e com balneários apropriados) e os outros, que os mais jovens disputam, no decorrer das respectivas competições.
A qualidade dos dois jogos foi superior e o próprio envolvimento dos espectadores, árbitros, técnicos e jogadores foi muito mais entusiástico. Ali se viram as virtudes da formação. Os atletas puderam mostrar (como se se tratasse de um exame, no final do ano escolar) as suas capacidades, provando o desenvolvimento que foram adquirindo, no decorrer da época.
Mas, como é evidente, não pode deixar de se lamentar que o “bom”, afinal, seja, entre nós, uma excepção.
Agostinho Chaves