A par da distribuição de produtos agrícolas, a empresa também se dedica à pecuária e aos cereais que, “neste momento, é o principal setor da firma”, que levou, inclusive, o sócio-gerente a construir “uma pequena fábrica” na sua sede, em Outeiro Seco, que permite fazer a transformação dos cereais e ter uma “variedade de oferta” para diferentes fins.
GUERRA E INFLAÇÃO
“O cereal é uma mercadoria de bolsa. Todas as segundas-feiras há preços novos, sobretudo por causa da inflação e desta guerra na Ucrânia”, de onde chegavam, “principalmente, milho e trigo”, o que “veio prejudicar todo o movimento a nível europeu”. “Embora não vivamos só daquela parte do globo, afeta-nos sempre”, vinca Delmar Pinto.
“Aqui no Norte, zona de minifúndio, não há hipótese, neste momento, de comprar centeio na quantidade que é necessária”. O agricultor diz que não lhe dá e produz pouco.
“Enquanto que, há um ano, uma tonelada de centeio custava 180 euros, no máximo, este ano já o paguei a 360 euros. Portanto, é mais do dobro”, alerta.
VENDAS
“O mercado é grande, efetivamente. Vendemos mercadoria do Norte ao Centro do país.
Não vendemos mais porque, neste momento, também não me interessa produzir mais. Há dois tipos de mercado, o que é duvidoso e o que é estável. É este segundo que nos interessa e daí esta firma ter arranjado uma clientela que lhe permite manter o nível de vendas no setor dos cereais, a par dos adubos, pesticidas, etc.”.
Contudo, “este tem sido um ano satisfatório, com grandes despesas. Tem sido muito difícil gerir a compra dos cereais. Com esta situação da guerra, houve oscilações muito grandes.
“Já passei por várias crises, mas esta é a maior e não sei até quando vai continuar”
DELMAR PINTO
É o setor que mais dificuldades tem trazido. Talvez consigamos atingir os cinco milhões e quatrocentos mil em vendas”.
Apesar da atual conjuntura, Delmar Pinto acredita que possam existir “baixas de preços” no próximo ano. “A minha previsão é que eles baixem, não já, porque estamos no fim da campanha, mas, sim no próximo ano”.
COMPROMISSO
Com 50 anos de experiência na área comercial, revelou que o seu maior compromisso é com os funcionários, fazendo questão de tomar conhecimento do volume de vendas alcançado ao final de cada dia e tendo o compromisso, consigo próprio, “de pagar os vencimentos ao dia 30 de cada mês”.