Estava eu dentro do café, sentado, atento e curioso. Fora dele, na esplanada, duas mesas com duas pessoas cada. Dentro do estabelecimento e numa mesa ao fundo estava uma elegante senhora, bem torneada de cinta, embrenhada na loucura da raspadinha. Atenta e expectante num possível milagre, mas nada! O mesmo desfecho depois de tantas investidas. Nada e nada! Entretanto já passavam das quatro da tarde.
Sobre o balcão uma outra mulher debruçada e concentrada. Ela raspava com suave leveza, deslizando o braço de um lado para outro, meneando o corpo como quem baila em salão aristocrático. Quanto a prémios: nada. Uma e outra não desistiram facilmente habilitando-se com o mesmo propósito, a mesma esperança, o sonho
Artigo exclusivo PREMIUM
Tenha acesso ilimitado a todos os conteúdos do site e à edição semanal em formato digital.
Se já é PREMIUM,
Aceda à sua conta em Entrar