Domingo, 19 de Janeiro de 2025
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A missão de ajudar quem precisa continua viva

“A Misericórdia de Vila Real, com uma longa e riquíssima história que remonta aos inícios do século XVI, tem desempenhado ao longo dos tempos uma função social digna do maior realce, e é detentora de um património material e imaterial que a tornam um exemplo paradigmático no contexto trasmontano”. É desta forma que a Santa Casa se apresenta a todos aqueles que visitam a página de internet da instituição.

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Fundada há cerca de 500 anos, a Santa Casa da Misericórdia de Vila Real (SCMVR) tem vindo a adaptar a sua missão às necessidades da população. O padre José Gomes é provedor desta instituição há 18 anos, mas diz que “este é o meu último mandato. No fim do ano há eleições”.

É com orgulho que nos fala do trabalho desenvolvido pela Santa Casa e de uma resposta em particular, o Lar Hotel, inaugurado em junho de 2003. Instalado no antigo Hospital de São Pedro, tem capacidade para acolher 40 idosos, tendo, para o efeito, 10 quartos individuais, 11 quartos duplos e quatro suites.

“Trata-se de um lar para quem tem mais possibilidades porque os ricos, quando chegam a velhos, também precisam de um lugar onde ficar”, refere. Nesse sentido, “disponibilizamos cuidados personalizados, prestados por uma equipa multidisciplinar, atenta e profissional que engloba, por exemplo, socióloga, médico, enfermeira, nutricionista, animadora sociocultural, psicomotricista e podologista”.

Padre José Gomes é provedor da SCMVR há 18 anos

No que respeita à ocupação de tempos livres, “é desenvolvido um plano de atividades recreativas e culturais, com várias ações, como jogos que exercitam a memória ou trabalhos manuais, que estimulam a destreza manual e sensorial”. A estas juntam-se “palestras, visitas a museus, exposições, idas ao cinema e ao teatro”.

Neste momento, a SCMVR tem respostas sociais que vão desde o pré-escolar aos lares de idosos, sem esquecer o apoio dado a crianças abandonadas pela família, algumas delas ainda no hospital, ou a jovens grávidas sem retaguarda familiar. “À exceção do Lar Hotel, onde as pessoas pagam pelo serviço, todas as outras respostas são protocoladas com a Segurança Social”.

APOIOS INSUFICIENTES

Mas longe vão os tempos em que ajudar quem mais precisa era fácil. “Infelizmente, o apoio que recebemos por parte do Estado é insuficiente”, confessa o provedor, acrescentando que “as pessoas, antigamente, contentavam-se com pouco e havia mais donativos”. Vai valendo o património, como um prédio no Chiado, em Lisboa, que “está arrendado e vai ajudando a equilibrar as contas”.

“Ao todo, das rendas provenientes desse prédio, e outros que temos em Vila Real, conseguimos 600 mil euros por ano, mas gastamos mais 400 mil”, indica o provedor. Contas feitas, “gastamos cerca de um milhão de euros por ano com a nossa obra social”.

“Temos cerca de 200 funcionários, a quem é preciso pagar ordenados”, salienta o padre Gomes, que destaca outra das dificuldades da instituição, “recrutar pessoal”. “Hoje em dia, são poucos os que querem cuidar de velhos”, lamenta.

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