Domingo, 2 de Abril de 2023
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Tiago Pereira Fernandes
Tiago Pereira Fernandes
Advogado. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

A “polémica” da requalificação da avenida desconstruída…

A requalificação de uma artéria estruturante de Vila Real como a Avenida Carvalho Araújo, independentemente do projecto concretamente em causa, nunca seria uma intervenção unânime. 

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Sendo mais barulhentos aqueles vila-realenses que são contra o projecto final para a Avenida, a verdade é que muitos há também que estão não só a favor do mesmo como muito expectantes relativamente ao seu resultado final.

Retirando naturalmente deste conjunto de vilarealenses aqueles que entendem a requalificação da Avenida Carvalho Araújo como a sua única arma de arremesso político e que, a coberto deste projecto e do anonimato, têm aproveitado para (tentar) denegrir a imagem do Eng.º Rui Santos. Para estes, o tempo, a conclusão da obra e a vontade dos vilarealenses serão por certo óptimos conselheiros.

Voltando à “polémica” da requalificação da Avenida Carvalho Araújo, importa recordar que este projecto é em muito condicionado pela necessidade de harmonização dos dois actuais lanços da Avenida. 

Sobre este facto, sempre se poderá dizer que, para aqueles que como nós não gostaram da intervenção efectuada em frente aos Paços do Concelho, o tempo veio a demonstrar que sem ela, tudo o que hoje lá tem lugar, não teria espaço nem enquadramento com o status quo anterior. 

Recordemos a este propósito todos os eventos que lá são realizados ao longo do ano (a mostra da floresta ou do desporto por exemplo), as “Festas da Cidade”, a Feira de Santo António, os vários concertos e a “Passagem de Ano”.

Cremos assim que também o resultado desta intervenção, poderá começar a ser percepcionado daqui a 15 meses mas, o seu verdadeiro alcance só será reconhecido dentro de alguns anos. 

E por este facto, julgamos ser de salutar que um protagonista autárquico tenha a ousadia e visão de concretizar uma intervenção cujos frutos se estendem muito para lá do seu mandato autárquico. 

É claro que é hoje muito mais fácil o sound byte, o ataque pessoal ou dizer que andamos todos “com uma lágrima no canto do olho”, do que colectivamente reconhecermos que após a concretização desta intervenção, muito provavelmente haverá mais pessoas a circular na Avenida e que, em resultado deste facto, o seu tecido económico sairá fortalecido.

Também não é fácil hoje reconhecermos que este projecto efectivamente se preocupa com as questões ambientais, porque praticamente duplica o número de árvores atualmente existentes na Avenida. 

Preocupando-se também com a inclusão e com a acessibilidade universal, ao passar o seu índice de acessibilidade dos atuais 50% para 77% e o índice de acessibilidade confortável dos atuais 28% para 60%. 

Mas o que consideramos mais relevante neste projecto é o facto de ele virar a Avenida para os peões, porque são eles que dão vida e fazem mexer as cidades, aumentando a área a eles destinada dos actuais 7.333 m2 para 11.337 m2.

Sendo hoje mais fácil acompanharmos os profetas do apocalipse, à medida que o tempo passa, a execução do projecto evolui e as projecções se tornam realidade, estamos certos que, como sempre, esses profetas ficaram sozinhos a carpir a sua maior mágoa: o facto de não terem sido eles os decisores de uma obra que demonstre tal visão.

O autor escreve de acordo com a antiga grafia

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