Domingo, 26 de Janeiro de 2025
No menu items!

“A profissionalização é o caminho para a crise de voluntariado”

Mário Gonzaga abraçou o desafio de presidir a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Favaios e lidera uma equipa jovem que tomou posse em outubro de 2022.

-PUB-

Com ideias e projetos novos, a direção viu as necessidades prementes na corporação e decidiu contratar uma pessoa para ficar responsável por toda a área administrativa e que seja o “elo de ligação entre órgãos sociais, o corpo ativo, o comando e os associados”.

Mas também “como temos a responsabilidade do transporte ambulatório, adquirimos uma nova viatura e contratamos dois bombeiros para transporte de doentes. Isto quer dizer que, desde que assumimos funções já contratamos três novos profissionais”.

O presidente revela que encontrou a associação “sem dívidas”, mas com procedimentos administrativos “muito antiquados e com equipamento informático obsoleto”, um problema solucionado com o patrocínio da Microsoft, em que “foi possível alterar todo o software do quartel”.

“Somos uma equipa jovem com vontade de modernizar a corporação”
Mário Gonzaga – Presidente

O mesmo responsável admitiu que sente falta de recursos humanos. “Já não há voluntariado como havia antigamente, mas para se apostar na profissionalização, o Estado teria de ter uma capacidade financeira brutal de pessoas, que só são precisas em determinados períodos do ano”.

Acrescentou que “temos de caminhar para a profissionalização”, admitindo que “existe uma primeira tentativa com as Equipas de Intervenção Permanente (EIP).Também gostaríamos de ter na nossa corporação, uma EIP, uma vez que temos bombeiros altamente profissionais e qualificados, com todas as formações, mas depois não conseguem ter uma carreira de bombeiro. Esses poderiam integrar essa EIP e seguir a carreira de bombeiro”.

Mesmo assim, “ter uma equipa permanente nunca será suficiente para a dimensão dos incêndios que temos”.

Situada no coração do Douro, durante o verão ainda conseguem ter um ou dois dispositivos para o combate aos incêndios, no entanto, “temos um problema grave na altura das vindimas que coincide com a época de incêndios.

Ou seja, durante junho e julho, temos aqui muitas pessoas, mas no final de agosto, vai muita gente para as vindimas”.

Como o trabalho no verão é ainda assegurado por muitos voluntários, Mário Gonzaga lamenta que “se dê uma esmola ao bombeiro voluntário, quando a proteção civil e o socorro são da responsabilidade do Estado, pelo que defendo uma transferência financeira regular suficiente para os gastos das corporações”.


Pode consultar o suplemento dedicado aos bombeiros AQUI

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEO

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS