Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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A revolução da fome

Estamos de um lado do mundo que pouca importância dá ao outro lado, e vivemos integrados numa sociedade que só se arrepia de um mal, quando o mal lhe bate nos costados. Andamos para aqui em pantanas com medo que a gripe A nos toque (a maioria dos portugueses já as teve de A a Z), e discutimos a eficácia das vacinas como se fôssemos biólogos de gabarito. A nossa experiência emocional é, nos dias de hoje, um misto de pânicos publicitados, revoltas escapatórias e medos permanentes. O aparato do fim do mundo paira-nos sobre as cabeças, porque as nossas cabeças, ao deixarem de usar chapéu, abriram-lhe as portadas num convite impositório de entrada. Contudo, que sabemos nós dos verdadeiros males que se abatem sobre este planeta, que dizem ser azul mas que sabemos ser cada vez mais cinzento? Muito pouco ou quase nada.

Ainda o meu caro leitor não acabou de ler estes três rápidos parágrafos, e já, nesse lapso imediato de tempo, faleceram três crianças à fome por esse mundo fora. Ao fim do dia, serão 40 mil!

E como pode morrer à fome tanta gente se, por exemplo, nesta Europa de excedentes agrícolas, se apregoa que se está a produzir demais?

O alarme, aviso e quase prece, foi dado pelo Director-Geral da FAO (organização da ONU para o combate à fome no mundo), na Cimeira Mundial da Alimentação, recentemente realizada em Roma sob o patrocínio de Bento XVI. E os números que foram avançados são avassaladores e, ao mesmo tempo, severamente críticos da estrutura produtiva agrícola mundial.

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