As eleições para os órgãos sociais da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), agendadas para o dia 15, prometem ser as mais concorridas dos últimos cinco anos, onde os estudantes poderão escolher entre as ideias e projectos das Lista I, M e T.
Designada pela letra T, a lista encabeçada pelo actual presidente da direcção, Luís de Matos, apresenta-se como “um projecto de continuidade”, que conjuga “a experiência e a credibilidade” do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses “ao dinamismo extra e renovação de ideias” de um conjunto de novos rostos.
De recordar que o actual mandato da AAUTAD foi de apenas alguns meses, em vez de um ano completo, devido ao facto da conclusão do último processo eleitoral se ter arrastado durante meses na sequência de uma providência cautelar apresentada por uma lista que foi excluída do sufrágio.
“Queremos renovar os nossos projectos”, explicou o dirigente associativo revelando que uma das bandeiras da sua lista é “reforçar a ligação com cada um dos estudantes” através, por exemplo, da criação de um “canal de comunicação aberto” com os núcleos e associações que representam os vários cursos, um projecto que se concretizará com a realização de reuniões periódicas.
A Lista I, que apresenta como candidato à direcção da AAUTAD o estudante Ernesto Lucas, sublinha, entre as características dos seus elementos, o facto de “não ter políticos de carreira, provenientes de juventudes partidárias, com intenções duvidosas, nem elementos que, de mandato em mandato, acumulam cinco anos de Associação Académica que piora de ano para ano”.
“É nossa intenção dar a devida importância às áreas de intervenção que realmente interessam aos estudantes, nomeadamente a acção social, intervenção pedagógica, empregabilidade, cultura e desporto”, refere a lista no seu manifesto eleitoral, onde explica que, por exemplo, no que diz respeito à intervenção pedagógica, um dos objectivos é defender que “Bolonha se transforme de pesadelo em oportunidade”.
A lista, que considera que a academia tem “vindo a assistir ao empobrecimento gradual das Semanas Académica e do Caloiro”, adianta que irá recuperar uma iniciativa que “já foi o cartão-de-visita da UTAD – Os Jogos Populares Interuniversitários”.
A terceira lista a sufrágio é a M que, encabeçada por Joni Ledo, nasceu no seio do MUTAD, “um movimento que se quer apartidário, informal, democrático e não-hierárquico”.
No seu manifesto eleitoral, o movimento considera que “a AAUTAD tem de ser o motor do movimento estudantil, tem de promover uma universidade que é muito mais do que um lugar de consumo, um centro de aquisição de saber por um preço. A intervenção cívica dos estudantes na academia e na sociedade é fundamental para desempenhar o papel de sujeitos e não meros objectos na realidade”.
No documento, a lista M alega que “a liberdade de expressão tem vindo a ser sonegada constantemente aos estudantes” e garante que pretende trabalhar “na luta pelos direitos”, o que “não se pode resumir a cartas e conversas com ministros”. “Temos de mostrar ao governo que temos uma palavra a dizer sobre o ensino e não nos calaremos na defesa do ensino público, universal, gratuito e democrático”, sublinham os candidatos da lista do MUTAD.