Além das vítimas mortais, outros seis portugueses ficaram gravemente feridos nesta derrocada. O resgate dos corpos dos escombros começou na segunda-feira e terminou a meio da tarde de terça-feira. A população de Sá nem queria acreditar que Olímpio de Jesus Carriço, de 45 anos, estava entre uma das vítimas do acidente que viam na televisão, conforme nos contou Manuel Machado, seu amigo e que também esteve a trabalhar nas obras em Andorra. “Só começamos a desconfiar quando ligaram para o café, mas, mesmo assim, pensamos que ele seria um dos que tinha escapado com vida”.
As primeiras notícias foram recebidas por familiares e amigos, ainda com dúvida a persistir quanto à sobrevivência da vítima. Mas, com o passar do tempo e sem a confirmação de que o “Olímpio ainda estaria vivo”, a angústia foi aumentando até se confirmar a sua morte.
Deixou a mulher viúva, Maria Albina Cardoso e o filho Tiago, de 18 anos. Desde 1987 que Olímpio estava em Andorra a trabalhar, num país que conta com mais de meia centena de habitantes de Sá a trabalhar nas obras e no sector da restauração.
Segundo Abel Carriço, irmão da vítima, ainda incrédulo, o Olímpio era o condutor de um camião que fornecia betão para grandes obras, sendo que “acabou por ser surpreendido quando estava por baixo da estrutura”. “Todos os habitantes da aldeia eram amigos dele por ser uma excelente pessoa”.
A sogra, Maria Rodrigues, 71 anos, também ainda não se conformou com a tragédia que abalou a sua família. “Ele tem duas irmãs e dois irmãos e vinha cá no Natal passar férias”. A mãe, Maria Carriço de 82 anos, foi a última a saber da morte do deu filho.
O desmoronamento aconteceu quando os operários injectavam betão armado na estrutura de acesso ao túnel de “Dos Valires”, mas as causas para o abatimento ainda não são conhecidas.
Os outros mortos resultantes deste fatídico acidente residiam em Lordelo (Guimarães), Rio Calvo (Gerês), Marco de Canaveses e Lousada.