“É com profundo pesar que o Aeroclube de Bragança vive um dos momentos mais trágicos da sua existência, a perda de dois amigos que fatalmente aconteceu durante a realização de um voo de recreio, neste sábado, ao final da tarde”, lê-se num comunicado.
O Aeroclube de Bragança refere que “as causas do acidente são ainda desconhecidas” e recorda as duas vítimas, um piloto-instrutor dos cursos de pilotagem da instituição e um formador do curso de pilotagem e piloto da TAP, admitido recentemente na transportadora aérea portuguesa.
“A aeronave ultraleve onde seguiam pertence ao Aeroclube de Bragança e tinha sido adquirida há menos de dois meses”, é referido no comunicado, indicando que o aparelho “realizava voos com regularidade”.
O Aeroclube recorda que hoje mesmo, antes do acidente, a aeronave fez uma viagem de ida e volta entre Bragança e Leon “pilotado por Telmo Garcia, associado do ACB” que garantiu que “o avião estava em perfeitas condições, não escondendo a incredulidade que a situação causou em toda a “família do ACB”, bem como a toda a equipa que opera no aeródromo municipal de Bragança”.
O Aeroclube de Bragança “aguarda que a equipa de inspetores do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), se desloque ao local para proceder à necessária investigação, o que vai acontecer às primeiras horas deste domingo”.
“De momento a direção do ACB tem a sua atenção centrada nos familiares dos dois “companheiros”, prestando-lhes toda a solidariedade”, é ainda indicado.
A direção da ACB refere-se a hoje como um “dia de luto para o Aeroclube de Bragança e para toda a aviação civil nacional”.
O acidente aéreo de hoje com duas vítimas mortais foi o primeiro desta dimensão, em Bragança, segundo o diretor do aeródromo municipal, Orlando Gomes.
As duas vítimas eram membros do Aeroclube e a explosão e queda da aeronave ocorreu cerca de 20 minutos depois de deslocar do aeródromo municipal de Bragança para um passeio de treino, habitual entre os membros do aeroclube.
A aeronave ultraligeira de dois lugares caiu fora do perímetro do aeródromo, a cinco quilómetros, próximo da aldeia de Varge.
As vítimas são um conhecido empresário de Bragança com 60 anos, e um jovem piloto da TAP com 26 anos, ambos desta cidade.
Os corpos já foram retirados do local e os destroços da aeronave estão sob a guarda da GNR e sinalizados.
Uma das testemunhas oculares do acidente foi Flávio Alves, que estava na aldeia de Varge e já tinha visto o avião dar “três ou quatro voltas na zona”.
No momento da queda contou que viu o avião de frente, ouviu uma explosão e peças a cair.
Uma asa da aeronave ficou a cerca de 150 metros da parte principal e há destroços espalhados.
O alerta foi dado às 17:54 e, como disse o comandante dos bombeiros de Bragança, José Fernandes, quando a primeira equipa chegou ao local “viu um monte de destroços e dois corpos dentro da aeronave”.
No total estiveram envolvidos na operação de resgate dos corpos 17 elementos e cinco viaturas, segundo ainda o comandante.
A Proteção Civil Municipal está a dar apoio psicológico às famílias das vítimas, de acordo com o vereador Paulo Xavier.