Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024
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Agentes com familiares deficientes indignados com novo procedimento

Para ter acesso ao subsídio de apoio ao tratamento dos familiares incapacitados, entregaram atestados confirmados por juntas médicas, um procedimento que agora parece não ser suficiente para os serviços sociais da PSP que exige que os agentes se desloquem à capital. A denúncia partiu de Vila Real mas vai atingir centenas de agentes de todo o país.

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O Sindicato de Profissionais da Polícia (SPP) vai pedir ao Ministério da Administração Interna que intervenha junto dos Serviços Sociais da Polícia de Segurança Pública (PSP) que está a obrigar os agentes com familiares deficientes, beneficiários de um subsídio trimestral, a deslocar-se a Lisboa para uma consulta.

Fernando Seixas, agente da polícia em Vila Real e dirigente sindical da SPP, fez a denúncia depois de ter sido informado por telefone no dia dois, que deveria dirigir-se com a filha de 13 anos, incapacitada nos membros superiores devido a uma paralisa duplex ocorrida à nascença, a uma consulta com uma médica de clínica geral, em Lisboa, com o intuito de confirmar a sua incapacidade. “Tenho um atestado de um médico da especialidade que foi confirmado por uma junta médica”, garante o agente, revelando que, tanto quanto foi informado junto dos serviços, todos os agentes com familiares com deficiência vão ter que se deslocar, até ao final do ano, à consulta para continuarem a receber o subsídio, que no caso de Fernando Seixas é de 200 euros, de três em três meses.

Para além de não pagarem as despesas com a deslocação, Fernando Seixas considera que para muitos a viagem até Lisboa é muito difícil. “Temos o caso de um agente que tem um filho acamado, que está ligado a máquinas”, referiu o mesmo responsável, deixando a questão sobre o que irá acontecer, “vai perder o subsídio?”.

Fernando Seixas foi informado que mesmo os agentes que residem nas ilhas serão obrigados a ir à referida consulta.

“Estamos disponíveis para que os nossos familiares sejam consultados, mas o que eles precisam não é de consultas, é de tratamentos”, reivindicou o agente, questionando ainda a credibilidade de uma médica de clínica geral para confirmar, ou não, atestados passados por profissionais das várias especialidades. “Em todas os distritos temos médicos contratados pela PSP, porque não são eles a fazer as consultas?”, questionou.

Além de pedir ao Ministério da Administração Interna que, através do sindicato, intervenha junto dos serviços e de informar a direcção nacional da PSP sobre a medida, os agentes vão ainda apresentar um pedido de esclarecimento na Ordem dos Médicos para confirmar a legalidade de todo o processo.

O sindicalista acredita que o objectivo dos serviços de acção social é “poupar dinheiro” sem olhar a meios. “Somos obrigados a descontar todos os meses o serviço, por isso falta de dinheiro não deve haver”, frisou.

Até a hora de fecho desta edição, não foi possível obter um esclarecimento junto dos Serviços Sociais da PSP.

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