Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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Alexandre Chaves “Sou um ouvidor das pessoas e do Poder Local”

Foi no final do mês de Janeiro que o Governador Civil do Distrito de Vila Real tomou posse. Com o fim da actual legislatura, Alexandre Chaves ficará dependente de uma decisão do futuro Governo, se irá ou não ser reconduzido no cargo. Durante cerca de nove meses, a sua actuação foi marcada pela proximidade com instituições e com a população. Adoptou uma espécie de “presidência aberta” para estar ainda mais atento aos problemas que afectam o distrito de Vila Real.

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Numa conversa mantida com o Nosso Jornal, Alexandre Chaves abordou o seu percurso de 9 meses enquanto Governador Civil. “A experiência tem sido muito interessante em termos pessoais e institucionais. Quando comecei o meu mandato, tinha uma ambição de sentir o nosso distrito mais seguro, mais desenvolvido e mais solidário. Foram essas as três grandes ideias que lancei no início do meu mandato como Governador e agora estão perfeitamente consolidadas”. “Estive próximo das pessoas, senti e auscultei os seus problemas sem olhar às cores partidárias. Entendi que deveria visitar todos os concelhos e, assim, fazer a ponte entre os municípios e o Governo para encontrar soluções para os problemas que me foram transmitidos”. Imbuído sempre pelo diálogo “com tudo e com todos”, Alexandre Chaves assumiu “o papel de ser um ouvidor das pessoas, do poder local de forma a transmitir melhor ao Governo os legítimos anseios”.

Percorrendo de “lés-a-lés”, desde o Norte ao Sul do distrito, está ciente que se mostrou um Governador Civil preocupado e que tentou cooperar com as instituições e associações empresariais, no sentido de motivar e de criar oportunidades de investimento e desenvolvimento do emprego. “Sou um homem que não gosta de estar fechado nas quatro paredes. Gosto de contactar, de questionar, de dialogar e de resolver”, salientou.

O seu conhecimento da realidade social permitiu-lhe considerar e traçar no distrito duas realidades distintas. “A zona Sul do distrito, o Douro, está muito focada na problemática da vinha e do vinho, que continua a preocupar as populações e os empresários. Na zona Norte do distrito, os problemas são diferentes. Tem uma panóplia de actividades a desenvolver, não são da monocultura, são da policultura. Os problemas são diversos, mas realço aqui o gesto solidário do tecido empresarial, que sustenta aqueles que lhe deram a oportunidade de ter ganho noutros tempos”.

No balanço destes nove meses de governação, este responsável reconheceu desenvolvimento, mas quer mais. “O distrito deu um grande salto qualitativo, mas ainda é preciso fazer mais e melhor. Esse é o desafio para o futuro. Demos um salto qualitativo na solidariedade, no distrito, houve investimentos de grande qualidade que estão semeados por todos os concelhos. Agora, é necessário potenciar todas essas valências”.

A intervenção social do Governador Civil deve ser activa, como nos refere o próprio. “Hoje, vivemos numa crise internacional e interna que gera mais dependências, mais desemprego, mais pessoas a precisar de solidariedade. Neste contexto, o papel do Governador Civil é central, já que se apercebe das situações emergentes e, assim, em contacto mais directo com as instituições, ele pode ajudar a obter as respostas solidárias para os cidadãos que precisam. É esse o caminho que o Governador Civil tem de fazer”.

Alexandre Chaves já passou por uma experiência autárquica, tendo sido presidente do Município de Chaves, o que lhe facilitou o desempenho como Governador Civil. “Há uma relação de proximidade, de confiança mútua que funciona plenamente entre todos os autarcas e o Governo, representado por mim, neste caso. Houve activos interessantes na resolução de problemas que estavam por vezes encravados entre o Poder Local e a Administração Central, entre as instituições empresariais e os ministros do sector, entre as questões da solidariedade e o próprio Governo”, sublinhou.

Nas suas “Missões de Proximidade” levadas a cabo no distrito, o representante do Governo lembrou algumas das visitas de trabalho efectuadas. “Nas Instituições Privadas de Solidariedade Social, fiquei sensibilizado com a qualidade dos serviços prestados, assim como nas empresas que visitei. Os serviços públicos, a educação e a protecção civil, são áreas onde reparei que há evolução. Porém, particularizo as termas da região que são, sem dúvida, uma alavanca para o desenvolvimento social e económico das populações onde estão inseridas. Na altura, chamei a atenção para as empresas engarrafadoras de águas, dizendo para olharem de outra forma para a sua responsabilidade social, melhorando os seus parques termais”.

Confrontado se gostaria de ser reconduzido nas suas funções pelo futuro Governo, Alexandre Chaves não se esquivou à resposta. “Com sinceridade, confesso que fiquei muito entusiasmado com este trabalho que foi possível desenvolver. Obviamente, há muitas ideias e muitos projectos que um Governador Civil ainda pode fazer nesta estrutura organizativa do Estado. Este tempo que estive à frente do Governo Civil foi bastante enriquecedor e também gostei de servir a população. Sou um homem das causas públicas, sou um homem disponível, mas nunca me pus em bicos de pés para nada. Sou um servidor público”.

De referir que, numa das suas últimas “Missões de Proximidade”, na sexta-feira, o Governador Civil de Vila Real vai fazer uma visita temática às instituições que cuidam das crianças e jovens abandonados. “São franjas da sociedade que resultam do abandono das crianças, deixando autênticas feridas abertas nas sociedades. Felizmente, há Instituições privadas de solidariedade social que as acolhem. No nosso distrito há meia dúzia dessas unidades que acolhem essas crianças e jovens, dando-lhe a dignidade de se tornarem pessoas livres e capazes, ou seja, formando e educando”, concluiu.

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