Uma das ambições do grupo é “fazer o que nunca foi feito”. “A EN2 já foi percorrida de bicicleta, de mota e de carro, mas nós seremos os primeiros a percorrê-la a pé”, contou Francisco Romeira, de 61 anos, não escondendo que entrou neste desafio por considerar “aliciante desvendar um país cheio de diversidades, quer paisagísticas quer humanas”.
Com 80 quilómetros percorridos e após intercetados pela VTM, o grupo mostrou-se deslumbrado pela riqueza encontrada em Trás-os-Montes, tendo João Silva destacado “as pessoas maravilhosas que temos encontrado no caminho, a forma calorosa como nos têm recebido e o apoio motivacional que tanto significa para nós”. Para completar o charme transmontano, o caminhante, de 60 anos, fez referência ainda às paisagens, considerando-as “lindíssimas e cativantes”.
Depois de tomarem um duche e recarregarem energias no quartel dos bombeiros da Cruz Branca, em Vila Real, o elemento de 68 anos, Orlando Valério, destacou a necessidade de preparação física prévia, já que o desafio é desgastante e considerado de alta intensidade.
“Caminhamos há mais de três anos em grupo e com o aproximar da aventura aumentámos a distância dos treinos, passando de doze para 20 a 30 quilómetros”, contou. “Com três dias decorridos e com 80 quilómetros deixados para trás, não sentimos nenhum efeito do esforço, por isso a preparação está a ter efeitos positivos”, acrescentou o “atleta”.
Para que a cansaço mental não dê sinal de si, os três amigos revelaram a fórmula que usam para se motivarem: “no ponto zero, faltavam-nos 738 quilómetros, no quilómetro 2 faltavam-nos 360 vezes o que já tínhamos feito e atualmente, com 80 quilómetros percorridos só nos faltam nove vezes o que já fizemos”.
E porque a equipa é um todo, e mesmo que não desvende a EN2 a caminhar, Jorge Nunes é um dos elementos-chave do grupo, já que é ele quem presta o apoio e dá todas as condições para que os amigos concluam a sua missão com sucesso.
“Faço parte de uma equipa de ciclismo e estou habituado a dar apoio, por isso, quando me falaram deste desafio eu fiquei ao lado deles para dar o meu contributo”, contou, acrescentando que “o percurso são 738,5 quilómetros, mas os últimos 500 metros também serão feitos por mim, a pé”, contou, alegre por integrar este grupo de aventureiros.
Naturais da região algarvia, os amigos partiram no sábado de Chaves e pretendem chegar a Faro no dia 11 de abril, com uma média diária de caminho percorrido de 30 quilómetros, o que dará um total de 25 dias para que a aventura seja concluída com sucesso.