A produção de cogumelos shitake poderá revelar-se importante no futuro para a prevenção dos fogos florestais. No concelho de Vila Pouca de Aguiar, uma associação de agricultores está a promover uma acção inédita, a nível nacional, que está a transformar algumas zonas de mato e bosque denso, em áreas limpas e protegidas das chamas.
Duarte Marques, presidente da Aguiarfloresta, explicou que este projecto tem a participação de sapadores florestais da associação. “Tiramos o material dos desbastes e das limpezas que fazemos das matas, depois os resíduos, daqui resultantes, são aproveitados para fins micológicos. Este projecto tem duas utilidades. A primeira tem a ver com a própria produção dos cogumelos e a segunda está relacionada com o aproveitamento dos pequenos troncos para lenha de aquecimento”, referiu.
A produção do cogumelo começa pelo corte dos troncos secos com cerca de um metro de diâmetro, não muito pesados para poderem ser movimentados. À sua volta faz-se um buraco ao longo do tronco, circunferências com espaços de 20 cm, nesses buracos é colocado um prego de madeira que está inoculado com o fungo.
Mais de cinco toneladas de material lenhoso oriundo das limpezas de matas já foi utilizado na produção de cogumelos.
Refira-se que, o nome de shitake surge de duas palavras japoneses shii (árvore) e take (cogumelo). Este cogumelo é aproveitado não só para fins culinários mas também é famoso como ingrediente medicinal por possuir o antibiótico “cortinelline”. Tem propriedades antivirais e pode baixar o colesterol e a hipertensão.