Durante muito tempo, as bandas de música foram subestimadas. Nos lugares onde existiam, eram-lhes reconhecidos os méritos, mas, nos meios ditos civilizados, os intelectuais de pacotilha pensavam ser elas, afinal, uma “parolice” que animava as festas, as feiras, as romarias, onde se respirava pó, se engolfavam uns copos de vinho e se entaramelavam os namoricos para, no final, tudo ser corrido à paulada.
Indiferentes a tais ditames, as bandas prosseguiam o seu trabalho fecundo, dando às pessoas a música que elas apreciavam, clássica ou ligeira, lírica ou sacra. Ali não havia salões, grandes palcos, holofotes e os concertos apareciam íntimos e compenetrados, depois de dias de ensaio, fizesse calor ou frio, chuva, vento, neve ou sol.
Todos respeitavam o maestro e assim aprendiam com ele. E as pessoas do povo que os ouviam agradeciam tal benesse.
As coisas mudaram muito, mas as bandas, já não sendo o que eram, continuam a sua ação importantíssima, com os mesmos objetivos. Já têm instalações de qualidade, contratam professores, criam escolas e academias. Adquirem bons instrumentos que fazem brilhar e fazem gala em manter impecáveis os seus fardamentos.
As bandas gostam de mostrar o que são. Mesmo que tenham mais de 300 anos de existência. É o que acontece com a Banda Musical do Pontido que mostra pautas, instrumentos, fotografias, galhardetes, a sua bandeira e distinções várias na sala de exposições da Loja Interativa de Turismo de Pedras Salgadas. Vale a pena ir lá ver. Não é preciso pedir explicações sobre o que lá está. Os visitantes perceberão facilmente o que é o afeto, o amor, a paixão pela música e pela dinamização cultural das gentes que somos.