Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
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Agostinho Chaves
Agostinho Chaves
Trata o jornalismo por tu. Colabora com a VTM há mais de 25 anos. Foi Diretor entre 2014 e 2019. Passou por meios de comunicação nacionais, como o Comércio do Porto e a Rádio Renascença.

As bandas filarmónicas

O jornal “A Voz de Trás-os-Montes” sempre colocou as suas páginas ao dispor das bandas filarmónicas da nossa região, referindo as suas atividades, enaltecendo a sua História, destacando os músicos e os regentes, assim como os diretores dessas associações, em luta constante contra um poder centralizado nas grandes localidades e nos sítios mais inacessíveis ao público que aprecia música e que mora mais longe.

Durante muito tempo, as bandas de música foram subestimadas. Nos lugares onde existiam, eram-lhes reconhecidos os méritos, mas, nos meios ditos civilizados, os intelectuais de pacotilha pensavam ser elas, afinal, uma “parolice” que animava as festas, as feiras, as romarias, onde se respirava pó, se engolfavam uns copos de vinho e se entaramelavam os namoricos para, no final, tudo ser corrido à paulada.

Indiferentes a tais ditames, as bandas prosseguiam o seu trabalho fecundo, dando às pessoas a música que elas apreciavam, clássica ou ligeira, lírica ou sacra. Ali não havia salões, grandes palcos, holofotes e os concertos apareciam íntimos e compenetrados, depois de dias de ensaio, fizesse calor ou frio, chuva, vento, neve ou sol.

Todos respeitavam o maestro e assim aprendiam com ele. E as pessoas do povo que os ouviam agradeciam tal benesse.

As coisas mudaram muito, mas as bandas, já não sendo o que eram, continuam a sua ação importantíssima, com os mesmos objetivos. Já têm instalações de qualidade, contratam professores, criam escolas e academias. Adquirem bons instrumentos que fazem brilhar e fazem gala em manter impecáveis os seus fardamentos. 

As bandas gostam de mostrar o que são. Mesmo que tenham mais de 300 anos de existência. É o que acontece com a Banda Musical do Pontido que mostra pautas, instrumentos, fotografias, galhardetes, a sua bandeira e distinções várias na sala de exposições da Loja Interativa de Turismo de Pedras Salgadas. Vale a pena ir lá ver. Não é preciso pedir explicações sobre o que lá está. Os visitantes perceberão facilmente o que é o afeto, o amor, a paixão pela música e pela dinamização cultural das gentes que somos.

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