A câmara municipal de Bragança tem, para 2018, um orçamento de cerca de 37 milhões de euros, dos quais 80 por cento serão dedicados às políticas sociais e ao apoio à economia, nomeadamente na captação de investimento para o concelho, com medidas que abrangem diversas áreas, como turismo, educação, desporto, ambiente e mobilidade.
Na Assembleia Municipal, que decorreu na passada sexta-feira em Bragança, o executivo social democrata apresentou as contas, tendo sido votadas e aprovadas pela maioria, apenas com um voto contra da CDU, que criticou o executivo, acusando-o de não ter ouvido as propostas dos partidos da oposição para a elaboração do documento. O Partido Socialista (PS) absteve-se, justificando a sua posição, de acordo com Dinis Costa, líder do grupo municipal do PS, por ser “um documento que expressa aquilo que é a política sufragada pelo eleitorado nas últimas eleições recentemente” e que o PS “não quer obstaculizar”. “Não reflete a posição do Partido Socialista, mas é a opção política da câmara que deve ter a oportunidade de ser implementada”, acrescentou.
Os deputados municipais eleitos pelo Bloco de Esquerda também se abstiveram, uma vez que consideraram, como referiu António Anes, “as propostas válidas”, apesar de o documento ser “uma continuidade dos mandatos anteriores”.
Carneiro Gonçalves, eleito do CDS-PP, referiu que o orçamento é “a continuação dos orçamentos anteriores” dos executivos do PSD, no poder há 20 anos, tendo votado a favor. Contudo, alertou para o fato de existir um “gasto exagerado na cultura”, representando 30 por cento do orçamento, considerando que a autarquia deve estar mais atenta ao mundo rural e aldeias. “Tem uma folga orçamental de quase dez milhões, penso que é possível fazer isso. Há 15 aldeias que ainda não têm saneamento”, como a aldeia de Zeive, que “não tem nem saneamento, nem água nem pavimento, é incrível”, sublinhou.
Para 2018, o executivo municipal adianta que uma das maiores preocupações será a redução da dívida, contudo Hernâni Dias, presidente da autarquia, sublinha que esta “não é grande”, estimando uma redução dos atuais 3,5 milhões de euros para três milhões no final do próximo ano.