O concelho transmontano surge recorrentemente entre os que mais dispersa água e é apontado como líder nacional num trabalho divulgado esta semana pela Associação de Defesa do Consumidor.
A autarquia admite a existência de problemas, mas afiança que tem reduzido as perdas de água e que os números estão “muito longe dos propalados quase 84%”.
“Os valores que têm vindo a ser referidos são relativos a 2017 e longe da verdade. Desde que este executivo tomou posse, os índices de desperdício de água registaram uma diminuição de cerca de 16%”, apontou o município liderado por Benjamim Rodrigues, num comunicado em que garante que “as perdas são na ordem dos 68%”.
O autarca está confiante de que, “com as medidas que estão em curso, no final do corrente ano conseguirá diminuir aquilo que é o desperdício para cerca de 60%, baixando essa percentagem paulatinamente nos anos seguintes”.
Esclarece ainda que, desde que este executivo preside aos destinos do município, há dois anos, “aumentou a faturação em aldeias que não pagavam” e “subiu, também, o número de reparação imediata de fugas, com o reforço da equipa de piquetes”.
“A Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiro tem noção de que o problema ainda existe, mas está a fazer um levantamento exaustivo da qualidade da rede de abastecimento, transporte e armazenamento”, refere.
O município tem “em curso estudos para fazer a reparação de redes que estejam já degradadas” e “para fazer a instalação das medidas de caudal para ver de onde vêm as perdas”.
A autarquia reconhece que “as condutas têm uma idade avançada, provocando constantes rebentamentos”, mas “espera em breve ter um panorama muito diferente”.
Segundo adianta, conta com a ajuda da tutela e de uma candidatura a fundos comunitários para melhorar as infraestruturas e reduzir o desperdício de água.
A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor denunciou na segunda-feira que as perdas de água em Portugal rondam os 180 milhões de metros cúbicos por ano e correspondem a um desperdício na ordem dos 90 milhões de euros.
“Globalmente, perdem-se, por ano, 179.722.877 metros cúbicos de água em 258 municípios”, divulgou a DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, com base em dados que deixam de fora mais “20 municípios que desconhecem o volume desperdiçado”.
As perdas são provocadas por problemas ao nível “do armazenamento, do transporte e na distribuição” de água e, segundo a DECO, “o pior caso ao nível nacional” regista-se em Macedo de Cavaleiros, com “642 litros de água perdidos por ramal e por dia”, o que equivale a 2,35 milhões de metros cúbicos (m3) por ano.
Já o melhor exemplo identificado foi o de Santo Tirso e Trofa, com 13 litros perdidos, por ramal e por dia.
A Macedo de Cavaleiros segue-se Peso da Régua, com 520 litros perdidos por ramal e por dia (1,24 milhões de m3 por ano); Anadia, com 463 litros por dia (2,40 milhões de m3 por ano).