“A principal prioridade deste concelho terá que ser forçosamente o setor primário e de seguida o turismo, nas suas variadas vertentes como a caça, gastronomia ou lazer, com o intuito de criar postos de trabalho para que as pessoas não tenham que se deslocar para outras regiões e para o estrangeiro”, destacou à agência Lusa o candidato socialista às eleições autárquicas de 26 de setembro.
O escrivão de direito, de 57 anos, natural de Vilarandelo, no concelho de Valpaços, salientou a necessidade de “mudar de paradigma” após “muitos anos com mais do mesmo”.
Desde 1976 que o PSD governa em Valpaços, sendo que em 1979 a autarquia foi conquistada pela Aliança Democrática.
José António Coroado sublinhou que “Valpaços está perto de igualar a fasquia dos 48 anos que o regime fascista esteve a governar o país” e que “por isso está nas mãos dos valpacenses mudar a história do concelho”.
Como propostas, o candidato socialista destacou que o seu programa abrange desde a agricultura, turismo e habitação passando pela área social, ambiental, saúde, educação e cultura.
O socialista vê como fundamental a necessidade de criação de novos postos de trabalho, defendendo que deve ser criada uma “meta dos 2.000 novos postos de trabalho”.
Para José António Coroado na área do turismo “está tudo por fazer” considerando que “pagar para promover as feiras é o que de mais errado se tem feito”.
“São necessárias intervenções no sentido de promover o que o concelho tem de bom. Desde logo inventariar os pontos de interesse que o concelho tem na vertente natural e na vertente cultural e artística, criando roteiros. Nada disso está feito”, atirou.
O candidato do PS defende também a promoção do turismo de caça e a criação de oferta gastronómica de caça na restauração.
Ainda na área do turismo, defende também a colaboração com associações para criar pistas de prática de enduro e todo o terreno, recendo provas nacionais destas modalidades.
José António Coroado destacou ainda que procurará promover “a criação, em colaboração com o Ministério da Agricultura, de um Plano Diretor Municipal para a agricultura, como forma de ordenar o território agrícola e com esse ordenamento fazer com que se minimizem ou até se extingam os riscos de incêndios rurais”.
“É essencial a promoção e o incentivo à produção de produtos que possam criar escala e serem um atrativo a instalação de indústria transformadora com vista a criar postos de trabalho”, disse ainda.
Na área da economia, o candidato a Valpaços defende o alargamento da zona industrial e a criação de um centro de empreendedorismo e de um gabinete para captação de investimentos estrangeiro com a intenção de “criar postos de trabalho e ao mesmo tempo criar um plano específico para emigrantes que queiram trazer a sua experiência e conceitos empresariais inovadores”.
Na área social, José António Coroado alertou que “é urgente acabar com a política de mendicidade que a Câmara obriga os cidadãos mais necessitados”.
O valpacense realçou ainda que pretende “promover verdadeiras práticas ambientais”, dotando o parque automóvel camarário com veículos elétricos para “minimizar a produção de carbono” e “implementar postos de abastecimento elétrico na sede de concelho e nas principais freguesias”.
Nas autárquicas de 2017 os sociais-democratas conquistaram seis mandatos e o PS um.
Além de José António Coroado, candidatam-se à Câmara de Valpaços o atual presidente Amílcar Almeida (PSD), que concorre a um terceiro mandato, Ricardo Xavier (Chega) e Manuela Ramos (CDU).