Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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BE e associação acusam câmara de desleixar barro negro de Bisalhães

O Bloco de Esquerda (BE) e a Associação Promotora do Barro Preto de Bisalhães acusaram a Câmara de Vila Real de “desleixo” na preservação do património imaterial classificado pela UNESCO em 2016.

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O BE de Vila Real reuniu com aquela associação para ouvir as preocupações relacionadas com a olaria negra, cujo processo de fabrico foi inscrito a 29 de novembro de 2016 na lista do Património Cultural Imaterial que necessita de salvaguarda urgente.

Carlos Gomes, membro do núcleo concelhio do BE, apontou a “forma desleixada” como está a ser tratado o património classificado pela UNESCO.

“É degradante ver as condições em que aquilo está e, portanto, para nós, neste momento só há uma responsabilidade que é a da câmara que não dá a atenção que devia a uma estrutura que tem a referência da UNESCO”, salientou o bloquista.

Paulo Ribeiro, representante da associação, disse que “nada foi realizado” do plano de salvaguarda anunciado para a olaria negra de Bisalhães e questionou “onde foi aplicado” o investimento anunciado, pois, na sua opinião, as ações previstas não foram concretizadas, como a “sinalização estática, a recuperação de ruas ou os cursos de formação”.

Referiu também que já foi apresentada “uma queixa formal à UNESCO” e que, se o município não entregar o relatório à organização mundial no prazo previsto, a associação irá apresentar uma queixa ao Ministério Público.

Paulo Ribeiro acusou o município de “pactuar” com empresas que fazem barro preto, mas que “não são de Bisalhães” e que usam a “marca UNESCO sem o poderem fazer”.

Também Carlos Gomes falou numa “espécie de contrafação” relativamente a “outras peças, outros trabalhos e outros barros” que “não são propriamente de Bisalhães, mas que “acabam por, oportunisticamente, tentar usar o nome Bisalhães”, considerando que isso “é condenável”.

Paulo Ribeiro disse que a associação arranca em janeiro com um curso de formação de oleiros, que não é certificado mas, na sua opinião, o que são precisas “são pessoas que trabalhem o barro”.

Contactada pela agência Lusa, a Câmara de Vila Real optou por não comentar estas acusações e apontou a “campanha negra” feita nas redes sociais pelos elementos da associação.

“Já entregamos aos serviços jurídicos da câmara tudo aquilo que tem sido publicado, as imagens obscenas e insultos constantes, para que os serviços entreguem às instituições competentes, nomeadamente Ministério Público, uma queixa contra estes senhores”, afirmou o presidente da autarquia, Rui Santos.

O autarca fala em “motivações político-partidária” a um ano das eleições e disse nunca ter visto “um nível tão medíocre na discussão pública em Vila Real”.

“ Acho extraordinário que partidos responsáveis possam dar guarita a pessoas que escrevem, publicam, dizem o que dizem da forma como dizem (…) Responderemos a esses senhores nas instâncias próprias”, referiu.

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