Criada no Verão do ano passado, a Brigada de Protecção Ambiental da PSP tem desenvolvido várias acções de sensibilização e de fiscalização, em Vila e Real e Chaves. Na capital de distrito, o trabalho dos agentes levou à limpeza da “sucata” de Mateus, um espaço que serve de morada a uma comunidade de etnia cigana que, há mais de 20 anos, acumula ali todo tipo de “monstros”.
Até ao final do mês, deverá estar concluída a limpeza da sucata de Mateus, um trabalho que está a ser feito pelos próprios ciganos que ali residem, na sequência da intervenção da Brigada de Protecção Ambiental (BPA) da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Vila Real.
“Diariamente, são transportados dali dois veículos pesados de mercadoria”, explicou Serafim Tavares, Comandante da PSP de Vila Real que referiu que o trabalho de remoção dos resíduos está a ser acompanhado, de perto, pelos agentes da BPA.
Centenas de carcaças de veículos, electrodomésticos, baterias, pneus, cabos eléctricos e mobílias de tudo um pouco se podia encontrar no espaço junto ao Pavilhão Desportivo de Mateus, sendo de realçar os produtos tóxicos, como óleos que corriam a céu aberto.
É a própria comunidade cigana que, há cerca de vinte anos, vive naqueles terrenos, cuja propriedade está a ser discutida, em tribunal, que têm vindo a proceder à remoção da sucata, isso depois da BPA ter identificado vários responsáveis e estabelecer um prazo para a limpeza do local. Caso contrário, os “negociantes” da sucata incorreriam em coimas, no valor mínimo de 1.500 euros.
No terreno em causa, chegaram a estar instaladas indicações (placas) alusivas à existência de uma sucata em funcionamento e um dos “negociantes” fazia-se deslocar. Mesmo, numa carrinha, com “publicidade”, para angariação de “todo o tipo de sucata”, como se de uma verdadeira empresa se tratasse.
“Tem que haver soluções para que a sucata não volte a desenvolver-se, ali”, advertiu a PSP, testemunhando que algumas das famílias que ainda têm barracas no “bairro” cigano já foram contempladas com casas de habitação social, atribuídas pela autarquia.
Miguel Esteves, Vereador do Pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Vila Real adiantou-nos que “numa primeira fase, será garantida a finalização da remoção dos resíduos e, a curto prazo, serão tomadas medidas para proibir que a sucata renasça, naquele local. Estamos a falar de um terreno privado, mas o que se está a passar é um questão ambiental que não é passível de ser descurada”, sublinhou o edil, referindo que, numa segunda fase, será trabalhada a índole social do problema.
Apesar de não existirem ocorrências, “ao nível da ordem pública”, a presença dos ciganos, naquele terreno, tem originado outras problemáticas que têm vindo a ser resolvidas, pouco a pouco, nomeadamente o desvio de energia eléctrica para as barracas, o qual “durante a passada semana, foi cortado”.
Os cães vadios também já motivaram queixas, tendo sido necessário que uma equipa municipal se deslocasse ao local, para recolher alguns dos animais.
Com três agentes afectos em cada concelho (Vila Real e Chaves), as brigadas que se encontram inseridas nas respectivas esquadras de investigação criminal têm desenvolvido uma forte acção de sensibilização, no que concerne “à limpeza de materiais combustíveis, nas imediações de várias habitações”, como recordou o Comandante Serafim Tavares, adiantando que, com a aproximação da época de incêndios, a brigada voltará a trabalhar, em força, nessa área.
Outra das funções da brigada prende-se com a realização de campanhas junto das oficinas de automóveis, para a sensibilização sobre o destino a dar aos óleos, pneus e outros matérias tóxicos que sobram dos veículos.
Maria Meireles