A Federação Cinológica Internacional (FCI) reconheceu o cão de gado transmontano como raça internacional o que vai permitir o registo e a apresentação em todos os países abrangidos pelo organismo que gere a canicultura a nível mundial.
“Este passo é muito importante porque todo o processo é muito difícil”, referiu Pedro Moura, presidente da Assembleia Geral da Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano que, em conjunto com o Clube Português de Canicultura e outras entidades, e depois de a raça ter sido reconhecida em Portugal em 2014, iniciaram o processo há alguns anos que terminou com o reconhecimento desta raça transmontana.
“É necessário cumprir uma série de requisitos, desde o perfil genético dos exemplares, à realização de vários exames como o despiste da displasia da anca, para conseguirmos que reconhecessem a raça”, explicou Pedro Moura, também criador e proprietário de oito exemplares de cão de gado transmontano.
O reconhecimento internacional da raça é, para já, provisório, uma vez que, nos próximos 10 anos, o número de exemplares terá que se manter, ou pelo menos não decrescer, assim como a sua qualidade. “Se isso se mantiver, daqui a 10 anos, a raça passa a ser reconhecida definitivamente”.
Para Pedro Moura este é um marco importante não só para a raça, mas também para a região onde, segundo o registo, existem entre 2000 e 3000 exemplares de Cão de Gado Transmontano.
Um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, datado de 2016, refere que esta raça autóctone faz parte da história viva da região há mais de mil anos, uma vez que acompanha o pastor desde o neolítico, função que, hoje em dia, ainda cumpre.
O Cão de Gado Transmontano tem uma esperança média de vida de oito anos, “mas pode viver até aos 12, 13”.