Convém que as regiões se apressem a apresentar planos de desenvolvimento, para que não se repita a justificação, de que por não haver outras intenções de investimento no país, estes valores venham, mais uma vez, a ser desviados para Lisboa, Vale do Tejo e Área Metropolitana do Porto.
As regiões carenciadas são as do interior. É para aí, para infraestruturas e desenvolvimento, sobretudo dos meios de produção, que os recursos da EU, que a novel Presidente da Comissão, Ursula Von Der Leyen, decidiu, e bem, se destinam, para se fazer a coesão social.
As autoridades locais e os cidadãos devem contribuir, propondo ideias, para forçar o desenvolvimento.
O futuro depende do presente. Por isso insistimos nos projetos: Ferrovia e Florestação.
1. Ferrovia. Quando na década de oitenta do século XIX, os comerciantes do Porto se quotizaram para construir a Linha do Douro, com a ligação de Leixões a Barca de Alva e Salamanca, jamais imaginariam que cem anos passados esta ferrovia fosse abandonada. E certo é, que esta linha modernizada, eletrificada, com troços de via dupla, retiraria da rodovia, milhares de camiões de transporte de mercadorias, que são hoje a única forma de fazer chegar a produção industrial e agrícola ao centro da Europa. Os ecologistas, e todos nós, sabemos que é reduzindo os combustíveis fósseis que descarbonizamos o planeta. Ora o projeto para retomar esta via já está em carteira das Infraestruturas de Portugal. O valor pouco ultrapassa os 500 mil milhões de euros. A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial e a CIMDOURO, muito se têm interessado pelo projeto e só por falta de financiamento não foi implementado.
2. Florestação. É uma verdadeira dor de alma percorrer este vasto interior e perceber quanto está a monte. Na ausência de Serviços Florestais, quase noventa por cento da área, de Trás-os-Montes e Alto Douro, são silvedos, mato bravo e terreno ao abandono. Quem melhor captura o carbono e devolve à natureza o oxigénio é a floresta. Ora baldios e os terrenos privados deixados ao abandono, porque os seus proprietários não conseguem rentabilidade para os cultivar, merecem projeto apropriado.
Fica a nossa sugestão aos novos órgãos diretivos da CCDRN, responsáveis pela gestão e distribuição dos Fundos Comunitários. Articulem com as autoridades locais, Câmaras Municipais e Juntas de freguesia, a forma de dar corpo a esta sugestão.