Entre abril e dezembro de 2020, a Cáritas Portuguesa apoiou mais de oito mil famílias carenciadas. No caso da Cáritas Diocesana de Vila Real, os pedidos de ajuda mais que duplicaram.
“No âmbito do programa ‘Vamos inverter a curva da pobreza’ estamos a ajudar mais de 300 pessoas, cerca de 150 agregados familiares”, confessa Carlos Martins, vice-presidente da instituição.
Entre as ajudas, destaca-se “a atribuição de vales para aquisição de bens essenciais e ajudamos também com as despesas de luz, água e gás”, explica, salientando que “têm aumentado os pedidos de ajuda para pagamento de rendas e para adquirir medicação para crianças, o que é preocupante”.
Valdemira Benjamim, de 26 anos, é angolana e mãe de dois filhos, gémeos, com três anos de idade. Veio para Portugal há um ano, em busca de melhores condições. Com poucos apoios, encontrou na Cáritas uma pequena, mas grande ajuda.
“Ajudaram-me com a creche dos meus meninos. Estavam numa privada e consegui que fossem para uma pública e conseguiram arranjar-me um médico de família”, confessa. Da Cáritas recebe também “alimentos, fraldas e brinquedos”.
“Alguns dos brinquedos eu comprei, mas a maioria foi a Cáritas que deu. Eu sei que é importante eles brincarem, mas que adianta terem brinquedos e não se alimentarem em condições? Eu optei por dar comida aos meus filhos”, afirma.