De forma pouco ética, Rui Santos usou, de forma lamentável e oportunista, a base de dados de uma empresa municipal para atacar politicamente a sua oposição.
A principal ilação a tirar desta missiva é o conteúdo do seu penúltimo parágrafo, que passo a citar: “o custo dos bens e serviços não será alterado… com a união com outros municípios, apenas pretendemos ganhar dimensão para aumentarmos a eficácia e a eficiência da empresa, para que desses ganhos possamos reduzir o valor da fatura”.
Analisando as faturas de 2020, nomeadamente a emitida em 3 de julho, referente ao período de 9 de maio a 9 de junho, os vila-realenses podem constatar duas situações: a primeira é que o custo dos bens e serviços foram alterados, e a segunda, não reduziram o valor da fatura, aumentaram-na.
A esmagadora maioria dos consumidores domésticos estão enquadrados no 1º e 2º escalões, consumos até 5m³ e 15m³ respetivamente.
A fatura da água apresenta em média dez itens a pagar, no que concerne ao 1º escalão, consumo até 5m³, só dois valores alteraram, o da “utilização de saneamento”, onde houve um decréscimo de 2,77%, passando de 0,6672 euros para 0,6487 euros, diminuiu 0,0185 euros e a taxa de “gestão de resíduos”, onde houve um incremento de 115%, ligeiramente superior ao dobro, passando de 0,0228 euros para 0,0490 euros, havendo um aumento de 0,0262 euros. Como os dois itens referidos multiplicam pelo mesmo valor (consumo de água m³), constata-se que a fatura aumentou.
Para os consumidores que se enquadram no 2º escalão, a subida é mais evidente, pois além da que tiveram no 1º escalão, acresce o aumento em mais duas taxas, a de consumo de água, que sobe 6,2%, de 0,7844 euros para 0,8331 euros, e a “utilização de saneamento” que aumentou 1,83%, passando de 0,8836€ para 0,8998 euros.
Parafraseando Rui Santos, em declarações prestadas à VTM na edição de 24/06/2020, sou obrigado a concluir que o presidente de câmara mentiu na carta que nos enviou.
Os demagogos, que gerem o município, aprovaram, em 20 de abril do corrente ano, um apoio à fatura da água, e passo a citar: “…um período de grande contração económica de caráter generalizado que atravessamos por todas as razões que são do domínio público (Covid-19), não sendo possível vislumbrar na presente data, a extensão deste período de contração económica”, continuando, “este apoio funcionará enquanto se justificar”. Este auxílio, de 33 cêntimos, em média, por cliente doméstico, vai ajudar os munícipes a “combater com sucesso” esta recessão económica.
Contudo e à boa maneira socialista, não se esqueceram de promover na nova empresa mais uma familiar, criando também na estrutura, lugares de chefia, onde um é chefe dele próprio.