Terça-feira, 3 de Dezembro de 2024
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Casal alega agressões da GNR na rua e no quartel

Um casal de Castedo do Douro (Alijó) alega ter sido agredido por três militares da GNR de Alijó junto às bombas da Galp desta vila e, depois, nas instalações do quartel. Márcia Martins, de 33 anos e Manuel Costa, de 42 anos, apresentaram, na semana passada, uma queixa contra os militares no Tribunal de Alijó.

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Tudo aconteceu a 21 de Fevereiro, pelas 16 horas, conforme contou Márcia Martins. “Saí do trabalho, ia na rotunda e passei pelo carro da GNR. Um pouco mais à frente parei ao lado da Loja do Chinês. Quando ia a sair do carro, a GNR parou ao meu lado. Pediram os meus documentos e os da viatura. Entreguei a documentação e os agentes disseram que quando tinha passado por eles, eu estava a falar ao telemóvel, o que neguei de imediato”. Quando começaram a passar a multa, “desabafei e referi que ainda não tinham ganho o dia e vieram ganhá-lo comigo”.

“A GNR queria que eu colocasse uma cruz no «sim» no documento da multa, eu argumentei que não concordava e tudo se complicou. Como recusei e reagi verbalmente ao pagamento, deitaram-me as mãos à gola do casaco e agarraram-me à força. Pretendiam colocar–me dentro do carro, entretanto surgiu outro militar da GNR, à paisana, que estava nas bombas de gasolina. Colocaram o dedo no meu nariz e as mãos nas pernas, os outros dois militares nos braços, com violência, mandaram-me contra a porta do carro e enfiaram-me dentro do carro da GNR. O meu marido que chegou na altura e, ao ver isto, perguntou o que se passava. O militar da GNR, à civil, agarrou-o pelos braços, levou-o para a traseira do carro patrulha e mandou-o de costas contra a traseira da viatura”.

Manuel Costa, já no quartel, referiu que iria apresentar queixa contra o militar, à civil. O agente não terá gostado e terá agredido Manuel Costa com um pontapé no peito e mais dois murros, sendo ainda enviado com força contra o guichet das instalações. “Partiu-me três costelas, estou de baixa à 12 dias e vou ter de continuar, porque não posso trabalhar”.

A esposa contou ainda que foi colocada numa outra sala agarrada com violência por um braço e pelas golas do casaco. “Mandaram-me ficar quietinha, mas acabei por desmaiar. Deram-me um copo de água, um comprimido, chamaram ambulância e fui para o hospital de Alijó”. Nesta unidade de saúde entrou também Manuel Costa. Márcia Martins referiu também que “um dos militares insistiu para assinar um documento onde constava que o motivo da sua detenção era por distúrbios na via pública, em estado de alcoolemia”. “Perguntei o que era aquilo e ele insistiu para eu assinar, eu disse que não assinava, pois nem sequer bebo álcool, ele agarrou no papel e rasgou.

O comandante da GNR de Alijó foi contactado, mas não quis comentar o caso, alegando que está em Tribunal e que o inquérito em curso irá apurar toda a verdade.

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