No início desta semana chegou a tão esperada confirmação: a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N) deu o seu aval ao projecto de transformação do Hotel do Parque num hospital privado, estando previsto “para breve” o lançamento da discussão pública.
“Depois de conversações com a CCDR-N, estamos agora a fazer algumas pequenas alterações para avançar depois com a consulta pública”, confirmou ontem, ao Nosso Jornal, Miguel Esteves, vereador da Câmara Municipal de Vila Real.
Tanto quanto conseguimos apurar, o projecto deverá ser colocado à mercê do olhar dos vila-realenses já no próximo mês de Outubro.
De recordar que, situado na Avenida 1.º de Maio, o esqueleto com mais de 30 anos do chamado Hotel do Parque conta, na sua história, com episódios que envolveram a hipótese de demolição, a sua reconversão num edifício de habitação e escritórios, a sua vertente de abrigo a toxicodependentes e, mesmo, o assassinato de um dos herdeiros, residente no Brasil, o que levou, na altura, ao retrocesso nas negociações entre os proprietários e possíveis compradores.
Em Agosto de 2007, Manuel Martins, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, anunciou pela primeira vez o projecto de transformação daquela infra-estrutura devoluta numa “moderna e excelente unidade hospitalar”.
Passados mais de três anos, e depois de uma série de percalços, que envolveram inclusivamente um processo de arresto instaurado por uma empresa de mediação imobiliária, anulado pelo Tribunal de Vila Real em Fevereiro deste ano, e um primeiro ‘chumbo’ por parte da CCDR-N, o projecto poderá estar agora ‘a ver a luz ao fundo do túnel’.
No Hotel do Parque deverá ser construído um Hospital Privado, mais exactamente um bloco de residências medicalizadas, apoiado por um parque de estacionamento para 140 lugares, um projecto da responsabilidade do Hospital da Trofa e do Grupo Existence.
A sociedade gestora de fundos imobiliários Fundbox SGFIL, SA, anunciou, no início de Junho de 2008, a constituição de dois fundos de investimento, de 13 milhões euros, de capitais próprios vocacionado para investir na promoção de residências assistidas/medicalizadas e unidades de cuidados continuados, entre as quais está o projecto de transformação do Hotel do Parque.
A Fundbox lançou os dois fundos de investimento imobiliário fechados, denominados “Atlântida” e “Lusitânia”, com capitais iniciais de 5 e 8 milhões de euros, respectivamente, um dos quais destinado à criação da residência assistida vila-realense e outro direccionado para um projecto previsto para Portimão.
“Este projecto vai mesmo avante. Vai acontecer”, garantiu, ontem, Miguel Esteves, em declarações ao Nosso Jornal.