Domingo, 19 de Janeiro de 2025
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Cem anos depois

Vila Real assistiu no passado dia 9 de abril às comemorações militares relativas à passagem do centésimo aniversário da Batalha de La Lys em França, na qual um Batalhão do RI 13 fez história, apesar de ter sido dizimado pelas forças alemãs.

O Estado-maior do Exército decidiu centralizar na capital do distrito as comemorações nacionais, coincidentes também com o Dia da Infantaria Portuguesa e a da Unidade Militar aqui sediada.

Faz sentido lembrar, cem anos depois, a participação de Portugal na 1ª Grande Guerra, assim homenageado um punhado de valorosos soldados, em grande parte da nossa região, que tendo sido chamados a defender a Pátria, embora em território estrangeiro, deixaram uma marca indelével da sua bravura, de que se orgulham ainda hoje os Infantes do Marão, sediados no nosso Regimento.

E faz ainda mais sentido, perceber o papel das Forças Armadas, no contexto em que o nosso país se integra, em particular no âmbito da NATO, que responde pela defesa dos países signatários daquele tratado.

Na alocução que proferiu na ocasião o Vice-chefe do Estado-maior do Exército, Tenente General Campos Serafino, deixou alguns avisos ao poder político, referindo: justifica-se que seja colocado cuidado redobrado na escolha de opções em matéria de estratégia estrutural, para assegurar a flexibilidade inerente à disponibilidade de Forças Terrestres em linha com as expectativas dos nossos Aliados, e de opções em matéria de genética, programados com uma antecedência realista, atentos aos prazos muito longos, normalmente associados aos processos de aquisição e fornecimento de sistemas de armas e equipamentos militares, por razões que explicitou.

Não deixou de referir também a necessidade de despertar o interesse da juventude pelo serviço militar, atendendo ao modelo de Serviço Militar Voluntário que o nosso país adotou.
Modelo, que em nossa opinião, estaria na altura de ser de novo repensado, dados os elevados custos que acarreta e as dificuldades de recrutamento, que são já do domínio público. Se queremos mais Forças Armadas, devidamente preparadas e disponíveis para honrar os compromissos que assumimos no contexto da Organização de Defesa em que nos integramos, ou proporcionamos maior dotação orçamental, o que nos parece não ser viável dadas as limitações das Finanças Públicas, ou se repõe o Serviço Militar Obrigatório, (SMO) que é incomparavelmente menos oneroso financeiramente e permite outra versatilidade no recrutamento dos serviços humanos para as missões que o país se comprometeu a executar. 

Sabemos que este é um tema que o mundo político tem dificuldade em abordar. Mas, não vale a pena meter a cabeça na areia, quando os superiores interesses da Nação nos interpelam. Muitos outros países, mais ricos do que o nosso, mantêm um Serviço Cívico Obrigatório, (Alemanha, Suíça, …) dirigido para os mais jovens. E muito de nós ainda recordamos o serviço cívico que o nosso anterior sistema de SMO proporcionava aos milhares de mancebos que anualmente eram incorporados nas fileiras militares. Educação cívica de que a comunidade, em geral, depois beneficiava e que permitia às nossas Forças Armadas ter em prontidão os efetivos que as dependências internacionais nos determinam.

Valerá a pena abrir o debate público. 

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