Numa nota de repúdio tornada pública nas respetivas redes sociais, os 40 clubes das diferentes séries do Campeonato de Portugal lamentam a decisão da Federação Portuguesa de Portugal, “por indicação expressa do Governo e da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, de cancelar os jogos das competições não profissionais deste fim de semana, em que há restrições de circulação entre concelhos.
Agradecendo previamente “à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e às Associações Distritais e Regionais todo o esforço levado a cabo para que os jogos de futebol da jornada deste fim de semana se realizassem”, as formações signatárias do comunicado dizem não compreender a decisão e terem ficado “aterrorizadas” com as “decisões levadas a cabo contra o futebol em Portugal”.
“Depois de nos termos deparado nos últimos dias com cerca de 30 mil pessoas no Grande Prémio de Fórmula 1 no Algarve e ainda ontem milhares de pessoas a assistirem ao surfar das ondas do Canhão da Nazaré, juntando a isto a inconstitucionalidade das medidas governamentais, ficamos aterrorizados com as decisões levadas a cabo contra o futebol em Portugal, indústria que tem dado o exemplo quer ao nível das medidas praticadas pela situação pandémica vivida, quer pelas precauções e testes que têm feito aos seus profissionais”, pode ler-se na nota.
Os clubes do Campeonato de Portugal acusam o governo e as autoridades de saúde de discriminação em relação ao desporto amador e de desorientação no combate à pandemia.
“É uma autêntica discriminação sem paralelo na história do desporto nacional e uma falta de respeito para com os atletas, dirigentes, sociedades desportivas e centenas de patrocinadores que num ano delicado reuniram esforços para fomentar o desporto. Temos assistido a um tomar de medidas completamente avulsas e que colocam em causa o futuro do desporto em Portugal. Não falamos apenas de futebol, mas sim de desporto. Ainda está na memória de todos quando a DGS nos disse taxativamente, no dia 22 de março de 2020, que não recomendava o uso de máscaras porque transmitiam uma falsa sensação de segurança e hoje, 30 de outubro de 2020, somos obrigados a usá-las por lei, podendo mesmo ser multados”, referem os clubes acrescentando que “o desporto é um direito constitucional.
“Ninguém calará a nossa revolta. O futebol não merece ser tratado desta forma quando tem sido um exemplo para a nossa sociedade e quando ano após ano tem levado o nome do nosso país ao topo do mundo”.
Os signatários pedem que os jogos agora cancelados sejam realizados já nos próximos dias 3 e 4 de novembro.
“Somos centenas de clubes, milhares de profissionais e milhões de apaixonados. Estamos preparados para ir até às últimas instâncias para defender os nossos direitos e exigimos que estas datas sejam cumpridas, os clubes, esses, lá se apresentarão para jogar”.
Subscritores:
CF Estrela da Amadora, Amora FC, FC Alverca, Lusitânia Lourosa FC, Vitória FC, SC Olhanense, Louletano DC, SL Benfica e Castelo Branco, Caldas SC, Juventude Pedras Salgada, Valadares Gaia FC, Sporting Clube Ideal, GS Loures, SC Maria da Fonte, AR São Martinho, Sertanense FC, Clube Condeixa ACD, CF Canelas 2010, AD Fafe, Moura AC, SCU Torreense, CD Trofense, Gondomar SC, SG Sacavenense, Berço SC, AD Sanjoanense, CD Pinhalnovense, GD Fabril Barreiro, RD Águeda, Anadia FC, GD Bragança, LGC Moncarapachense, GD Vitória Sernache, CA Pêro Pinheiro, CD Cerveira, UD Santarém, C Oriental Lisboa, Lusitano GC Évora, ARC Oleiros, CDC Montalegre, Leça FC, Mortágua FC e Vidago FC.