A Autoridade Nacional de Proteção Civil entregou setenta mil golas antifumo, em kits de socorro aos incêndios, ao abrigo do programa “Aldeia Segura – Pessoas Seguras”, e que segundo uma notícia do Jornal de Notícias se tratavam de golas que eram fabricadas com material inflamável e sem o tratamento (normal neste tipo de produtos) anticarbonização. Mais tarde sabe-se que quem forneceu as golas foi a empresa Foxtrot Aventura, propriedade do marido de uma autarca do PS de Guimarães, e quem recomendou esta empresa foi Francisco Ferreira, adjunto do Secretário de Estado da Proteção Civil e presidente da concelhia do PS/Arouca, que acabou por se demitir na segunda-feira.
À boleia de toda esta polémica, surge mais um caso através do Observador, Nuno Neves, filho do Secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, celebrou três contratos com o Estado no último ano, quando o pai já era governante.
Na terça-feira, o laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais informa, que após múltiplos testes efetuados a golas, iguais às que foram distribuidas no kit, que as mesmas só incendeiam quando expostas a uma chama permanente, contudo, o fogo perfura o tecido, mas não inflama.
Tudo em menos de uma semana, e se as polémicas devem ser bem esclarecidas, o que não será fácil, atentente-se a situações recentes (algumas relacionadas com os incêndios) onde o esclarecimento ficou muito aquém do desejado.
O que mais surpreendeu foi a reação inicial do Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi classificar a notícia como “irresponsável e alarmista” e perante nova pergunta de um jornalista da SIC, respondeu “o Senhor Jornalista tem aqui material inflamável” e apontou para o microfone, em particular para a esponja que o envolve. A reação é obviamente insensata, mas ainda assim, fica a questão os microfones dos jornalistas também são usados no combate a incêndios?