A Direcção Regional de Vila Real (DORVIR) do Partido Comunista (PCP) criticou, no dia 19, em conferência de imprensa, “as acções de propaganda com dinheiros públicos, que o Governo de José Sócrates tem levado a efeito no distrito”.
Segundo aquela força partidária, que exige “a cessação das acções em defesa da ética política”, o governo tem como objectivo “enganar as populações” através de promessas eleitorais.
Os comunistas focaram em especial a visita de José Sócrates aquando da inauguração da Loja do Cidadão de Murça, das obras do Hospital Veterinário e da cantina da Universidade de Trás-os- -Montes e Alto Douro. “Esta visita insere-se no corrupio com que ministros e secretários de estados têm assolado o distrito em ano de eleições e em absoluta campanha eleitoral”, alega Mário Costa, dirigente da DORVIR.
Mais, o mesmo responsável acredita que as sucessivas visitas de governantes a Vila Real, “demonstram claramente a consciência pesada pela responsabilidade que o Governo do PS/Sócrates tem de assumir perante as graves dificuldades que o distrito atravessa”.
O comunista considera que “não está em causa a utilidade e a importância dos vários equipamentos para serviço das populações, até porque se tratam de antigas e permanentes propostas do PCP”, mas sim o “oportunismo político eleitoral”.
“Uma profunda reflexão sobre a situação social do distrito mostra que a crise tem ainda muito pouco a ver com a situação em que nos encontramos”, defendeu Mário Costa, lembrando que o foi o actual Governo o responsável por medidas como o encerramento das linha ferroviária do Corgo, de postos de serviços públicos (EDP, PT, CTT, GNR), de serviços de atendimento permanente em centros de saúde e de escolas, entre outras, “reduzindo assim as funções do Estado e condenando milhares de pessoas a deslocações incomportáveis”.
Como consequências das políticas do governo socialista, Mário Costa sublinhou, por exemplo, o facto do distrito registar hoje mais de 11 mil desempregados (dos quais cerca de 1000 são licenciados), terem encerrado nos últimos três anos 5700 empresas, o poder de compra por habitante ser 64,5 por cento da média nacional, o salário médio no distrito ser de 630 euros, ou seja, 83 por cento da média nacional.
O dirigente político voltou ainda a lamentar que o conjunto de 50 propostas de projectos a incluir no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central, num orçamento inicial de 10 milhões de euros, tenha sido rejeitado na totalidade pelos deputados socialistas e social-democratas na Assembleia da República, eleitos pelo círculo de Vila Real. “Há dois anos que reivindicávamos a recuperação da linha do Corgo, só agora, depois de um estudo que aponta para questões ao nível da segurança, é que o vão fazer”, sublinhou Mário Costa, enumerando outros tantos projectos propostos pelo PCP que, ano após ano, têm sido ignorados.
Relativamente às autárquicas, o dirigente político deixou a garantia que o PCP já escolheu os 14 nomes que serão candidatos às câmaras municipais do distrito, no entanto adiantou que as opções só serão reveladas na sua totalidade depois das eleições europeias, que se realizam a sete de Junho.