1. O ponto principal da agenda consistiu numa reflexão sobre a celebração das festas religiosas. A este propósito, o Conselho verificou, com alegria, que muito se tem feito para as reconduzir ao seu verdadeiro espírito de culto divino, piedade popular esclarecida e são convívio em meios, por vezes, isolados. Entretanto, também nota uma forte tentativa de adulteração deste espírito por parte de uma cultura secularizada que, de ânimo leve, recorre a meios nem sempre consentâneos com a fé cristã, mormente em determinado género de espectáculos.
A este propósito, este Conselho reafirmou a impossibilidade de comissões auto-nomeadas organizarem programas sem o assentimento da Comissão Fabriqueira, presidida pelo Pároco. E pediu à autoridade diocesana que faça actualizar as normas em vigor, pois já datam de 1993.
2. Coordenaram-se actividades que marcarão a vida diocesana nos tempos próximos: celebração do cinquentenário do monumento a Cristo Rei, em Almada, Simpósio “Reinventar a solidariedade”, na FIL, Dia da Diocese de Vila Real, em Murça, Visita das relíquias de Santa Margarida Maria Alacoque, à Sé de Vila Real, Simpósio do Clero, em Fátima, etc.
3. Em ordem à organização do Plano Pastoral para o próximo ano de 2009/2010, o Conselho propôs que tudo se inserisse sob o espírito do jubileu do senhor Bispo, pois vai celebrar 50 anos de Ordenação Sacerdotal. Nesta linha, para além das actividades a desenvolver pelos diversos sectores da pastoral, propôs-se a realização, a 4 e 5 de Junho de 2010, de dois dias intensos de formação litúrgica para leigos e sacerdotes, particularmente voltada para os Ministros Extraordinários da Comunhão e Animadores de Assembleias Dominicais na ausência do Presbítero. Esta acção de formação terminará com a celebração do Dia da Diocese, a 6 de Junho.
Foram ainda referidos alguns aspectos relativos ao “Ano Sacerdotal”, anunciado já para toda a Igreja universal, e à Pastoral juvenil, até porque há que valorizar a Jornada Mundial da Juventude, a decorrer em Madrid, em Agosto de 2010.
4. Preocupado pelo bem dos seus fiéis e dos outros homens e mulheres que vivem por estas terras de Trás-os-Montes e Alto Douro, este Conselho debruçou-se ainda sobre o presente momento socioeconómico. E verificou, com muita preocupação, que, em diversos sectores, a realidade é muito problemática, embora não haja consciência disso pelo facto de os meios de comunicação social a não referirem. O que leva ao acentuar do fenómeno migratório, com uma irrecuperável e sistemática desertificação do interior.
De facto, como entre nós quase não existe industrialização, não há notícia de grandes fábricas que fechassem ou de inúmeras pessoas que, de um momento para o outro, fossem atiradas para o desemprego. Mas verifica-se que, como acontecia até um passado relativamente recente, não se têm constituído microempresas, um sector importante de doação de trabalho, há uma fortíssima crise na construção civil, com empresas já extintas e outras em risco de o serem, e largos sectores da população, mormente os jovens, perderam o emprego na construção civil, em Espanha. O fenómeno só não é mais visível porque estes desempregados ou emigram ou se dedicam a uma agricultura de subsistência que mal lhes dá para sobreviver.
Acresce a isto a fortíssima crise do Douro, crise que vem de longe e parece estrutural. Os pequenos proprietários rurais estão em risco de insolvência e há o perigo de uma concentração, ainda maior, da propriedade nas mãos de empresas comerciais, as quais, obviamente, só cultivarão as vinhas e só darão trabalho se isso for rentável. Pelo conhecimento que tem da realidade, este Conselho sabe que a culpa se deve, em grande parte, ao poder central que não tem tido a coragem de correcções estruturais, mas também a dirigentes do sector vitivinícola, mormente aos órgãos de algumas adegas cooperativas, que, consciente ou inconscientemente, têm seguido políticas que não correspondem aos legítimos interesses dos seus associados.