Cito o Papa Francisco, em telefonema ao pároco de San Lorenzo, Pamplona, Espanha: “este Natal será mais purificado e longe da cultura do consumismo que desfigurou bastante o Natal”. Também um Padre argentino, que escreveu ao Papa Francisco, disse: “este Natal decorrerá sem grandes mesas e com amargas ausências, mas com a presença de um Deus que vai preencher tudo”.
Mais uma vez escrevo sobre o momento que vivemos e que tantos problemas tem colocado ao nosso dia-a-dia e que está a matar tantas pessoas.
Com o aparecimento de tantas vacinas vamos criando a esperança de que melhores dias estão para chegar. Quando será, é que não sabemos! Estamos esperançados que seja depressa.
Em momentos difíceis como este, há sempre quem se distinga da maioria. Recordo aquela neta que, tendo os avós internados, no mesmo hospital, pediu que lhes dessem a oportunidade de passar os últimos minutos de vida, no mesmo quarto. Assim aconteceu e ela juntou as mãos dos dois. Morreram de mãos dadas. Foi um momento carregado de emoções fortes. Mostra bem o amor que os avós tinham entre si e o amor entre eles e a neta.
É minha opinião e de muitos portugueses que as medidas que nos foram impostas com vista a vencer este vírus, não foram as suficientes nem as mais adequadas. Vou comparar três localidades, em três regiões com densidade populacional e superfícies diferentes. No dia em que as medidas foram divulgadas, Valongo que tem 96.240 habitantes e uma superfície de 75 Km2, o que dá 1283 pessoas por Km2, tinha 1270 casos por cem mil habitantes; Seixal que tem 166.400 habitantes e 95 km2, o que dá 1751 pessoas por Km2, tinha 526 casos por cem mil habitantes; Mogadouro que tem 8.527 habitantes e 760 km2, o que dá 11 pessoas por Km2, tinha 691 casos por cem mil habitantes.
Estão as três no mesmo grupo: risco de contágio muito elevado.
Pelos valores apresentados, facilmente se conclui que Mogadouro tem um risco de contágio muitas vezes inferior a Valongo e ao Seixal. Será que se considerassem o número de habitantes por Km2 das diferentes localidades não se encontrariam medidas mais apropriadas? Porque não dividir Portugal por regiões em função desse parâmetro? Trás-os-Montes e o Alentejo, não tenho dúvidas de que poderiam ficar no mesmo grupo, mas não no de Valongo ou no do Seixal. Compreendo que não fosse fácil, mas os governantes são eleitos para resolver os problemas do País, mesmo e em especial, os mais difíceis.
No dia 27, o número de infetados em Mogadouro baixou para 34, que corresponde a 391 por cem mil habitantes, bem inferior aos 691.
Incito os mogadourenses a continuar a cumprir as regras para melhorarmos ainda mais.