Numa altura em que falta exactamente um mês para a realização da 5ª edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro, a organização da prova revelou que “o evento pode estar em causa”, caso não seja reaberto o troço da Estrada Nacional 222 (EN 222), entre o Torrão e a Barragem de Bagúste, encerrado no final de Fevereiro.
De recordar que o troço da nacional, localizado no concelho de Lamego, por onde está prevista a passagem de centenas de atletas no âmbito da meia maratona, foi encerrado “na sequência de um deslizamento de terras, provocado pelo colapso de um muro de suporte”.
“Atendendo à gravidade da situação, entendeu-se que a segurança da circulação na estrada estava comprometida, tendo-se optado pelo corte da via até estarem garantidas novamente as devidas condições de segurança”, explicou publicamente a empresa Estradas de Portugal (EP), garantindo que têm sido “encetados diversos contactos e promovidas algumas reuniões com os proprietários do terreno e com algumas entidades, nomeadamente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Direcção Geral da Agricultura e Pescas do Norte, Administração da Região Hidrográfica Norte, Câmara Municipal de Lamego e Estrutura de Missão do Douro, com vista à resolução da situação com a maior urgência”.
No entanto, até à data, a estrada continua encerrada, uma situação que a manter-se pode pôr em causa a realização daquela que já considerada “como uma das corridas mais bonitas do mundo”.
“Esta é uma situação terceiro-mundista”, acusou Paulo Costa, classificando como impensável a realização da meia maratona com recurso a outro trajecto, isso porque a prova teve que passar um complexo processo de autenticação pela Federação Internacional de Provas de Estrada, que implicou medições “ao milímetro” do percurso e um investimento de dez mil euros.
Apesar de temer a não realização da meia maratona, o mesmo responsável deixou a certeza de que, pelo menos, a caminha se irá realizar, mas reforçou “o prejuízo terrível” para a região se o evento, que espera receber um total de dez mil pessoas, não se concretizar.
Apesar de não avançar com a calendarização dos trabalhos, a EP relata que a intervenção necessária à reabertura da estrada passa pela realização de “trabalhos de reposição da drenagem e de estabilização da encosta”.
“Relativamente à Meia Maratona do Douro, a Estradas de Portugal foi contactada no sentido de emitir o licenciamento necessário para a realização do evento, tendo nessa altura informado a organização da prova do encerramento à circulação da EN222”, adverte a empresa.
Programado para os dias 22 e 23 de Maio, o evento, que vai ser transmitido em directo pela RTP2, espera receber perto de 10 mil pessoas (entre as quais muitos atletas conceituados a nível internacional) que, além de correr os 21 quilómetros da meia maratona, ou os seis da mini, vão poder participar num vasto conjunto de actividades paralelas, desde concertos até uma tentativa de bater o recorde do Guinness Book para a maior prova de vinho do Mundo, passando por exposições, uma feira de produtos regionais e o sorteio de viagens e de um carro.
Uma das novidades deste ano é a realização de uma prova muito especial, a “Corrida do Douro”, cujos participantes, vestidos a preceito, vão correr dois quilómetros com cestos de vime, cujo peso será de três quilos, para as mulheres, ou de 20, para os homens. “Queremos reavivar uma das principais memórias do Douro, os cestos de vime, que agora são proibidos”, explicou o responsável pela Global, adiantando que as imagens da corrida inovadora deverão ser notícia em órgãos de comunicação social de todo o mundo.