Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025
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Despedida tristonha

Um nulo foi o resultado verificado num jogo que não despertou interesse aos adeptos, entre duas equipas que já tinham o seu destino traçado, neste campeonato. Para os apaniguados da casa, foi a despedida da equipa dos campeonatos nacionais, para disputar a Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real, na próxima época. […]

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Um nulo foi o resultado verificado num jogo que não despertou interesse aos adeptos, entre duas equipas que já tinham o seu destino traçado, neste campeonato. Para os apaniguados da casa, foi a despedida da equipa dos campeonatos nacionais, para disputar a Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real, na próxima época. Do mal, o menos e esperamos que a rivalidade (no sentido competitivo) entre clubes vizinhos venha ao de cima e os estádios se encham de pessoas, uma vez que, esta época, os adeptos estiveram longe do Complexo Desportivo do Monte da Forca. E sem assistência, sem apoio, sem os fãs, não há espectáculo que resista, nem clubes que sobrevivam.

Numa altura em que se fazem balanços do que falhou e do que se fez de positivo, ao longo da época, há que rever os erros cometidos, para não voltar a falhar, em momentos decisivos. Há que preparar estratégias e organizar o futuro, de forma a traçar o rumo certo, para vencer os próximos desafios.

Num jogo com pouca história, o empate a zero foi penalizador para ambas as equipas, uma vez que criaram inúmeras ocasiões para marcar. A pouca eficácia no atacante foi, de novo, uma pecha difícil de ultrapassar. Aliás, esta debilidade ofensiva acompanhou os vila-realenses, desde o início do campeonato. A falta de confiança, na hora decisiva, marcou vários jogos em que o vencedor esteve quase sempre indefinido, até ao final do jogo. Note-se que a equipa sofreu a derrota mais pesada da época, em Santa Maria da Oliveira, onde carimbou, definitivamente, o passaporte para descida de divisão. Os outros encontros que perderam foram sempre pelo resultado mínimo.

O jogo que fechou uma temporada difícil para os transmontanos foi encarado com vontade de oferecer a vitória aos poucos sócios que ainda se deslocaram ao Monte da Forca. Não foi possível vencer, apesar das oportunidades criadas. O Vila Real entrou a pressionar e a tentar empurrar o adversário, para o seu reduto defensivo. Na primeira jogada de perigo, Olivier centrou ao primeiro poste, para a entrada de cabeça de Ricardo, mas este acabou por chocar com o guarda-redes e a oportunidade perdeu-se, na confusão. A resposta não tardou e três minutos volvidos, Fernando, à boca da baliza, rematou e a bola passou a centímetros do poste. O jogo estava numa fase emotiva, com as balizas em constante sobressalto. Numa boa jogada de puro contra-ataque, Vitó ganhou a bola, a meio-campo, colocando em Ricardo, este deu um pequeno toque para Maniche que colocou, na direita, para a entrada veloz de Olivier que ficou isolado, rematando, forte, ao ângulo, mas Ângelo defendeu, em voo, com os punhos.

Já perto do intervalo, mais duas ocasiões foram goradas pelos visitados. Maniche levantou a bola, para a área, onde apareceu o jovem luso-descendente a dar um ligeiro toque, mas a bola “beijou” o poste. Depois, foi Filipe Lemos, num remate cruzado, a obrigar a defesa complicada de Ângelo. Na recarga, Olivier não teve o discernimento necessário para alvejar a baliza, com êxito.

Ao intervalo, não se verificaram alterações nas equipas. Vieira negou o golo aos forasteiros, num potente remate cruzado da esquerda que aliviou, pela linha de fundo.

Aos 63 minutos, Kalá poderia ter inaugurado o marcador, mas queixou-se de um empurrão, dentro da pequena área, que o impediu de chegar à bola. Mas o árbitro, perto da jogada, assim não o entendeu e mandou prosseguir o lance. Poucos minutos volvidos, Ricardo surgiu frente ao guarda-redes, mas, em vez de rematar à baliza, perdeu tempo e acabou por fazer o passe a Kalá. Entretanto, a bola perdeu-se, pela linha do fundo. Muita displicência de Ricardo, um jogador que entrou para a equipa, em Dezembro, e que prometeu muito, mostrando pouco.

A poucos minutos do final, foi o S. Pedro da Cova que esteve, por duas vezes, perto de conquistar os três pontos. Duas oportunidades desperdiçadas por Bessa, em dois grandes remates que saíram a rasar os postes da baliza de Vieira. Seria injusto, para os “alvi-negros”, perderam este jogo, por tudo o que fizeram. O empate acaba por se aceitar, uma vez que faltou a objectividade no ataque transmontano que foi a tónica dominante, durante o campeonato e que ditou este desfecho inglório. Ao espectáculo de domingo faltaram os golos, para dar outra cor ao fecho da cortina deste campeonato.

Fechou-se uma época que, a nível desportivo, não correu como todos os vila-realenses pretenderiam ou gostariam. Fica a força de vontade de algumas pessoas da Direcção que lutaram muito, para manter o Vila Real em competição, uma vez que o início da temporada foi muito conturbado, devido à difícil situação financeira que o clube atravessou.

 

Márcia Fernandes

 

ZECA LOPES, treinador do VILA REAL

“Faço um balanço, muito positivo da minha prestação”

Na hora da despedida, Zeca Lopes faz um balanço muito positivo da sua prestação, à frente da equipa, sentindo-se injustiçado, por alguns comentários nos órgãos de comunicação social.

“O Vila Real aplicou-se, como fez em todos os jogos, desde que estive no comando da equipa. Não vou continuar, por motivos pessoais e porque não há condições. Faço um balanço muito positivo, uma vez que, em nove jogos, somámos 14 pontos, enquanto que, anteriormente, o Vila Real, em 25 jogos, fez só 17 pontos. Não quero dizer que fomos uma equipa do outro mundo. Fizemos o que foi possível. Mas não comungo de algumas considerações que escreveram sobre mim, como a falta de experiência. Já estou ligado ao futebol há muito tempo e consegui a melhor classificação de sempre, para o Lixa, quando estive a orientar a equipa. Apanhei o comboio já em andamento e numa situação complicada. Penso que a equipa pode não se ter encontrado, mas tentámos dar o nosso melhor, de domingo a domingo. Também acho que os jogadores sempre estiveram unidos, em torno de um objectivo que não conseguimos alcançar, por algumas limitações e contrariedades que foram surgindo, no plantel. No jogo com a Oliveirense, tínhamos um leque de jogadores indisponíveis e isso condicionou a nossa estratégia. Por isso, acabámos por perder e descer de divisão”.

 

PEDRO GONÇALVES, treinador do S. PEDOR DA COVA

“A melhor classificação de sempre”

O técnico da equipa visitante mostrou-se satisfeito com a prestação da equipa, desde que assumiu o seu comando.

“Conseguimos atingir o sétimo lugar que é a melhor classificação de sempre do S. Pedro da Cova. Quando peguei na equipa, pediram-me para fazer o maior número de pontos possível e que integrasse alguns jogadores juniores. Penso que o objectivo traçado, a partir daí, foi atingido. Quanto ao jogo de hoje, tentámos encará-lo com seriedade. Fizemos tudo para ganhar, mas, na parte final, os jogadores já estavam a pensar nas férias. O resultado acaba por ser justo. Houve várias oportunidades para ambas as equipas, mas não as conseguiram concretizar”.

 

FICHA TÉCNICA

 

Jogo disputado no Complexo Desportivo do Monte da Forca, em Vila Real.

Árbitro: Ângelo Correia.

Auxiliares: Paulo Abrantes e José Bicho.

VILA REAL – Vieira; Braima (Luís Alves, 80’), Sandro, Igor e Caniggia; Vitó, Ruben, Olivier (Kalá, 61’) e Ricardo; Maniche e Lemos.

Suplentes não utilizados: Jorge, João Miguel, Luís Pedro, Bruno e Zeferino.

Treinador: Zeca Lopes.

S. PEDRO DA COVA – Ângelo; Filipe Sousa, Fernando, Castro e Leal (Lino, 61’); Gui, Cartola (Bessa, 61’), João Miguel e Vitinha (Luís, 85’); José Augusto e Táxi.

Suplentes não utilizados: Bura, João Tiago, Koller e Sílvio.

Treinador: Pedro Gonçalves.

Cartões amarelos: Braima (20’), Táxi (32’), Ricardo (45’), Fernando (54’), Caniggia (62’), Vitó (68’ e 93’), Ruben (75’) e Sandro (76’). Cartão vermelho: Vitó (93’).

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