Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Dilema português

A crise que se alastrou por vários países da Europa – e que os políticos, para salvar a face, atribuem a causas exógenas, como as hipotecas dos Estados Unidos, que levaram à insolvência do Lehman Brothers, ou à ausência de regulamentos mais eficazes por parte de Bruxelas, foi, acima de tudo, resultado da incompetência e da demagogia dos governos dos países que estão agora ameaçados pelo endividamento e pelo deficit público.

Por um lado, porque esses governos relaxaram no crescimento das despesas e não se preocuparam com o equilíbrio orçamentário. Por razões políticas, gastavam o que tinham e o que não tinham; cediam a todas as reivindicações; estouravam as verbas e o sistema previdenciário; e, como aconteceu na Grécia, instituíram o 14° salário, dobraram o número de funcionários públicos e baixaram a idade das reformas. Era um regabofe completo, pois o importante não estava em contrariar as pretensões dos sindicatos e pedir ao povo alguma dose de austeridade. O olho dos políticos voltava‑se, vidrado, para as urnas e o resto pouco lhes interessava.

Este foi o primeiro erro. O segundo, consistiu em pensar que os “fundos comunitários”

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