Depois de um mês sem futebol, o Vila Real recebeu o último classificado, o Canedo, e não conseguiu ir além do empate. Aliás, o Canedo conseguiu o primeiro ponto fora de portas, esta temporada. A longa paragem e algumas alterações no plantel alvi-negro não vieram a surtir o efeito esperado pelos adeptos do clube. Com a saída de Celestino, Quinino e Macieira e ainda sem contar com os lesionados Zé Monteiro e Armindo, Maki apresentou uma equipa muito jovem que lutou pela vitória, mas, por alguma imaturidade e inexperiência, não a conseguiu alcançar.
O jogo começou amorfo, com ambas as equipas a arriscar pouco e a estudar as estratégias do adversário. Pouco a pouco, os homens da casa começaram a tomar conta do jogo e a empurrar o Canedo para a sua defensiva. Apesar de todo este ascendente, foi raro ver uma oportunidade clara de golo. Excepção feita a dois lances, em toda a primeira parte. O primeiro aconteceu na marcação de um livre, descaído na esquerda, quando Filipe Lemos levantou, para o coração da área, aparecendo dois avançados, Ivan e Kalá, mas este último não deu a melhor direcção à bola e esta acabou por ser afastada da zona perigosa, pela defensiva forasteira. Depois, o “patrão” do meio-campo vila-realense, Filipe Lemos, colocou a bola, de novo, no 1.º poste, onde o central do Canedo apareceu, a cortar, quando Ivan se preparava para rematar, com perigo. A equipa visitante, sempre bastante recuada e remetida no seu reduto, quando não conseguia segurar a bola, no centro do terreno, recorria à falta, por diversas vezes, para travar os jovens avançados da casa.
Mas, como quem não marca arrisca-se a sofrer, eis que, ao minuto 39, os forasteiros chegaram à vantagem. Em mais um lance em que o Vila Real preparava o ataque, houve uma perda de bola, a meio-campo, sendo esta colocada em Nuno que ficou isolado e, perante a saída de Vieira, não teve qualquer dificuldade em atirar para o fundo das redes. Estava feito o primeiro golo da partida.
O intervalo chegou poucos minutos depois. O treinador da casa teve que repensar a sua estratégia, para dar volta a um resultado que nada lhe interessava. Maki fez, então, duas alterações, com a entrada de Caniggia e do jovem Bruno, para os lugares de dois defesas, o lateral Palmeira e o central Vitó.
Estes dois novos elementos vieram incutir maior velocidade nas faixas laterais e foi preciso esperar pouco tempo para o Vila Real restabelecer a igualdade. Numa altura em que Maki já tinha arriscado tudo, com a entrada de mais um avançado, Zeferino, para o lugar de Ruben, decorria o minuto 59, quando Caniggia fez o golo da igualdade, colocando alguma justiça no marcador. Filipe Lemos centrou, largo, para o segundo poste, onde apareceu, muito veloz, Caniggia, a rematar, para o golo.
O Vila Real animou e continuou a ser a única equipa à procura da vitória. Teve iniciativas interessantes, mas faltou, claramente, um homem mais combativo. na área, que desse maior agressividade no confronto com os centrais visitantes. Os flancos foram mais explorados, Bruno, Luís Alves e Filipe Lemos fizeram boas triangulações, mas faltou maior acutilância, no último terço do terreno. Já na parte final do encontro, os transmontanos acercaram-se, totalmente, da área contrária, ganharam vários pontapés de canto, mas não conseguiram fazer mais nenhum golo. A última grande oportunidade foi desperdiçada por Kalá que conseguiu uma boa posição, atirndo para o golo, mas Miguel conseguiu aliviar, sobre a linha de golo.
O resultado acaba por ser demasiadamente penalizador para os vila-realenses que tudo fizeram, nomeadamente no segundo tempo, para chegar à vitória.
O Canedo conseguiu o seu objectivo que passava por conquistar pontos, fora de portas. Este foi o primeiro que conseguiu, uma vez que tinha perdido todos os jogos, fora de casa, nesta época.
A equipa de arbitragem, vinda de Braga, teve uma actuação positiva.
Márcia Fernandes
Maki, treinador do Vila Real
“Tudo fizemos, para vencer”
Contristado, mas confiante na equipa que orienta, Maki afirmou, no fim do desafio:
“Não estivemos bem, na primeira parte. Apesar de termos dominado o jogo, não fomos rápidos sobre a bola e criámos poucas oportunidades de golo. Acabámos também por sofrer um tento, quando estávamos balanceados no ataque, com uma perda de bola, a meio-campo, que o Canedo aproveitou bem, para se colocar em vantagem. Na segunda parte, rectifiquei algumas posições e coloquei mais homens na frente, para tentar vencer o jogo. Apenas conseguimos empatar, apesar das várias oportunidades que tivemos. O terreno de jogo está em péssimas condições, como puderam verificar, a bola saltava muito e é sempre mais difícil para quem constrói jogo tal situação. O Canedo foi praticamente inofensivo, durante toda a 2.ª parte, procurando, apenas, defender o empate. Conseguiu o seu objectivo que passava pela conquista de pontos, fora de casa. Os meus jogadores tudo fizeram, para alcançar os três pontos, mas não os conseguimos. Vamos trabalhar, para rectificar, já no próximo jogo”.
Albertino Oliveira, treinador do Canedo
“Foi um resultado positivo”
O técnico da equipa visitante estava bastante satisfeito com o primeiro ponto alcançado pela sua equipa, em terreno adverso.
“Tecnicamente, não foi um bom jogo. Houve muita luta e entrega, de parte a parte. O empate acaba por ser um resultado justo. Temos alguns problemas no plantel, mas conseguimos fechar bem atrás e a nossa estratégia acabou por resultar, positivamente. O Canedo está numa posição muito complicada, na tabela, é o último classificado, mas, agora, vamos ter dois jogos seguidos, em casa, e as coisas poderão melhorar. Vamos trabalhar para que as vitórias surjam e este ponto aqui conquistado poderá dar outro alento à equipa. Ainda faltam muitos jogos, no campeonato, vamos ver o que ainda conseguiremos fazer, para sair do fundo da tabela”.