No lugar do Barroncal, freguesia de Ferreirim, não passa despercebida uma “disputa comercial” acesa, entre dois empresários ligados à venda de lenha, para lareiras.
Tudo poderia passar por uma concorrência normal, entre vendedores do mesmo ramo, mas não é bem assim. Duas carrinhas, estacionadas apenas a poucos metros, explicitam, no seu exterior, a “luta” entre ambos, pela clientela.
De um lado, José Carlos, da firma florestal “Fomentex”, de Armamar. Do outro, António Cardoso, das “Lenhas Cardoso”, de S. Romão (Resende). Embora os empresários rejeitem qualquer “confronto”, não escondem divergências.
“No princípio, ainda houve alguma discordância e ele não gostou muito, mas tudo passou” – disse José Carlos, o segundo a instalar-se, no local. Porém, garante que não quer problemas com ninguém.
“Não tenho grande dimensão comercial e nem sequer faço concorrência. Mas a carrinha lá está e não a tiro dali. É evidente que vendo mais barato do que ele. A lenha que eu tenho deriva de limpeza de matos e florestas. Estou a vender a tonelada só a 75 euros”.
Mais incisivo foi António Cardoso: “Se fosse outro, as coisas poderiam não ficar assim. Era e é uma concorrência desleal, a poucos metros de mim. Até o poderia pôr em Tribunal, mas não há necessidade. Enquanto ele vende uma tonelada, por dia, eu posso vender várias. E, depois, a lenha dele é muito mais cara, não é como ele escreveu no pano, dizendo que é mais barata. Repare: eu estou a levar, por tonelada, 80 euros e ele deve andar pelos 100 ou 110 euros”.
Mais euro ou menos euro, o certo é que a “guerra da lenha” continua, de vento em popa. E se um diz que a lenha que não é do Cardoso é mais barata”, o outro responde que vende mais barato do que a concorrência, à porta”.
José Manuel Cardoso