O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, pediu ao Governo, através do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e do Ministério da Saúde, esclarecimentos, sobre os elevados níveis de concentração de radão detectados em Vila Pouca de Aguiar.
A preocupação foi levantada na sequência de um estudo que, segundo o deputado, “revelou níveis preocupantes, e acima do recomendado, no que diz respeito à concentração de radão no interior de habitações” aguiarenses.
No requerimento entregue na Assembleia da República, “Os Verdes” recordam que, “de acordo com a legislação em vigor, a concentração máxima de radão no interior de habitações deve ser 400Bq/m3, menos de metade do valor médio registado nas 19 casas que foram alvo do referido estudo (823,74 Bq/m3).
O partido ambientalista quer agora saber se o Governo tem conhecimento do referido estudo, levado a cabo por uma estudante da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra, e questiona se alguma vez foi feita, pelo Ministério do Ambiente, alguma análise aos níveis de concentração de Radão em Vila Pouca de Aguiar.
“Pondera esse Ministério tomar medidas, com vista a confirmar o referido Estudo?”, questionaram “Os Verdes”, na missiva entregue na última quinta-feira.
Considerado como um “inquilino indesejável” pela Deco, a Associação de Defesa do Consumidor já publicou vários estudos sobre a concentração de radão nas várias zonas do país, sendo de realçar que “os habitantes dos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Portalegre (Serra de São Mamede), devem manter-se especialmente alerta ao problema”.
O radão é um gás radioactivo que não tem cor, cheiro ou sabor e, segundo a Deco, os distritos mais afectados são os que têm solos mais graníticos, como é o caso de Vila Real. “Quem tiver habitações com bastantes elementos em granito, como uma parede revestida por este material, terá todo o interesse em conhecer as concentrações de radão na sua casa”, adverte a Associação de Consumidores, que disponibiliza aos cidadãos a oportunidade fazer uma medição, sendo necessário para tal o preenchimento de um formulário que se pode encontrar no site da Internet da Deco (www.deco.proteste.pt).
“Estima-se que, depois do fumo do tabaco, o radão seja o maior responsável por cancro do pulmão. Uma pessoa exposta, ao longo da sua vida, a 400 Bq/m3 deste gás, tem o dobro das hipóteses de vir a sofrer da doença”, refere a mesma associação, explicando que “o risco é ainda maior para os fumadores”.
A Deco adverte que, “se vive numa zona granítica ou suspeita dos materiais utilizados na sua casa, convém, antes de mais, conhecer o nível de radão a que está sujeito”, sendo que as medidas preventivas a tomar em caso de uma elevada concentração podem ir desde a melhoria da ventilação no interior da habitação à utilização de extractores para fazer a sucção do gás radioactivo.