Segunda-feira, 19 de Maio de 2025
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Em ordem à adultez cristã

Com o trabalho dos párocos e de grupos de leigos, vai-se tentando desenvolver uma fé mais adulta de grupos de jovens. Esta pode ser a síntese das reflexões do senhor Bispo fez nas homilias das três celebrações da festa de Pentecostes no Domingo passado. A solenidade do Pentecostes vem a fazer-se há anos nas três […]

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Com o trabalho dos párocos e de grupos de leigos, vai-se tentando desenvolver uma fé mais adulta de grupos de jovens.

Esta pode ser a síntese das reflexões do senhor Bispo fez nas homilias das três celebrações da festa de Pentecostes no Domingo passado.

A solenidade do Pentecostes vem a fazer-se há anos nas três cidades mais antigas da diocese: na tarde de sábado na Régua, em Chaves na manhã do Domingo e em Vila Real na tarde desse dia. Deste modo, os jovens que concluíram o percurso catequético das suas paróquias não precisam de esperar pela visita pastoral às paróquias, e alguns adultos que ficaram para trás na sua juventude juntam-se aos jovens.

Neste ano, entre jovens e adultos, crismaram-se 82 pessoas na Régua, 120 em Chaves e 202 em Vila Real. Na primeira, o senhor Bispo foi ajudado pelo Vigário Geral, em Chaves pelo senhor D. António Rafael, bispo emérito de Bragança, e em Vila Real pelos dois.

As igrejas estavam literalmente cheias de fiéis e nas três celebrações os respectivos grupos corais, colocados no meio da assembleia, sustentaram convenientemente o canto litúrgico. Também três grupos mistos e numerosos de acólitos facilitaram o dinamismo das celebrações, tanto na Eucaristia propriamente dita como na crismação e nas lavandas.

Na homilia, o senhor Bispo lembrou sempre que o Crisma não se recebe para ser padrinho ou madrinha de baptismo, mas para ser cristão adulto. Pode receber-se em qualquer dia do ano, mas o dia de Pentecostes é o mais apropriado por ser «o dia do nascimento oficial da Igreja». O Pentecostes é a Páscoa levada à sua plenitude pois o Espírito do Senhor Ressuscitado inunda os seus seguidores. Na Régua, conforme os textos da vigília, ensinou que a revelação do mistério de Deus se fez na Bíblia gradualmente, de modo que o Espírito Santo não foi revelado no Antigo Testamento nem mesmo a pessoa do Filho, mas só no Novo. De modo análogo, nós somos introduzidos no mistério da fé pouco a pouco, e é necessário conhecer a Bíblia toda para captar o seu dinamismo profundo. Alertou para o perigo das seitas religiosas «que se fixam em palavras isoladas sobretudo no Antigo Testamento para perturbar a fé dos cristãos». Centrando-se depois na acção do Espírito, lembrou que o Espírito é essencialmente o Consolador, o que desperta o dinamismo cristão, à maneira do calor sobre as árvores deste tempo que faz crescer o tronco e as vergônteas. O Espírito não cria do zero (essa é obra do Pai) mas renova a Criação, não ensina doutrina (essa foi obra do Filho) mas faz sentir e saborear a Palavra do Filho, e cria o dinamismo e fortaleza da acção.

Em Chaves e em Vila Real, referiu-se ao texto do Pentecostes como vem no livro dos Actos para sublinhar que nesse relato não há crianças nem se fala do baptismo mas de pessoas adultas, não se fala de raças nem de culturas isoladas mas de uma comunidade de adultos acima de laços culturais, rácicos e sociais. A comunidade é de homens e mulheres, gregos, romanos e judeus, escravos e homens livres, e, apesar da diversidade de línguas, todos são capazes de entender e proclamar as maravilhas de Deus. É verdadeiramente a imagem da Igreja de Jesus, católica, universal.

Dirigindo-se depois à vida pessoal, comentou também o «organismo espiritual» de cada cristão, organismo interior nascido da «inhabitação» do Espírito Santo com os seus sete dons, que produz um verdadeiro revestimento interior da pessoa. Usando um pouco a linguagem de S. Bernardo, lembrou que a falta desse organismo espiritual no processo educativo da cultura moderna, que tudo reduz aos mecanismos biológicos e matemáticos, é que faz aparecer o homem carente de sentimentos religiosos e adorantes, pessoas vazias de sensibilidade espiritual, um estado humano que comparou à colmeia que foi interiormente privado do mel e da cera, reduzida assim ao cortiço bravio do sobreiro da montanha, sem a música da vida do enxame. É essa a cultura moderna que nos ameaça, pessoas reduzidas aos mecanismos biológicos.

Num apelo aos jovens, recordou que «todo o rito do Crisma insiste no «eu» da pessoa, na adultez de cada um, e afirmou já haver casos de jovens que aos Domingos procuram a Missa enquanto os pais ficam em casa à espera da hora do almoço no restaurante. É um sinal dos tempos, jovens que venceram a apatia dos pais e de outros adultos».

No arranjo das igrejas, notou-se que as zeladoras não esqueceram o recurso aos símbolos litúrgicos. Viram-se em todas as igrejas o Círio pascal, o cortejo de entrada com a Cruz pascal envolta numa faixa encarnada, o Leccionário elevado, as flores encarnadas e brancas, e uma chama acesa bem visível junto do altar em Chaves.

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