Um ponto alto num projeto que se iniciou há mais de 3 anos, que mereceu a concordância do Centro de Património Mundial, que designámos por “World Generation”, pois tem subjacente um conceito de cooperação, partilha e transmissão de conhecimentos entre gerações e pessoas, desejando-se que possa vir a ser integrado em projetos da UNESCO, como o World Heritage Volunteers e World Heritage Education.
A semana de 2 a 10 proporcionou o encontro de técnicos e dirigentes responsáveis por Bens classificados pela UNESCO, tornou possível o contacto com expressões culturais diversas, desde a música e dança cabo-verdeana ao jazz, à ópera, à música interpretada em órgão sinfónico, à gastronomia, assim como a manifestações etnográficas.
Houve momentos de debate e de confronto de ideias com os temas: Ambiente e Turismo Sustentável, Sociedade, Educação e Património. Procuraram-se respostas para a grande questão que se coloca às gentes que vivem nos territórios, ou nas cidades classificadas – «como e até que ponto a integração de um determinado Sítio na lista da UNESCO dos Patrimónios da Humanidade tem contribuído para o desenvolvimento da região, das pessoas que ali vivem? O mesmo se diga, no nosso caso, no respeitante ao recurso turístico que as Aldeias Vinhateiras podem ser, que já começavam a ser: está, ou não, a contribuir para a melhoria da oferta turística do Douro? E como se reflete na vida dos seus habitantes?»
Correndo o risco, aliás, conscientemente, de ser acusado de uma avaliação precipitada, ousarei afirmar que valeu a pena. Iniciámos, há dois anos, numa ação da UTAD, no Forum DouroValor, esta reflexão. Tivemos então o contributo que resulta da experiência de responsáveis de Las Médulas (Espanha), Portovenere, Cinque Terre e Ilhas (Itália), Cidade Velha (Cabo Verde). Desta vez, vimos ampliado o rol de participantes com a Wachau (Áustria), Salvador (Brasil) e Ilha de Moçambique (Moçambique). De igual modo recebemos contributos da Fundação Oriente relativamente aos Monumentos das cidades de Goa e de Macau, assim como da experiência colaborativa da União de Cidade Capitais de Língua Portuguesa e da própria Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Beneficiámos do saber de um amigo especial – o Sr. Embaixador Lauro Moreira, que tão bem analisou o tema “Lusofonia: um Património Imaterial”. Finalmente, foi possível por em comum a experiência de três Redes de Aldeias: do Xisto, Históricas e Vinhateiras.
Por isso, reafirmo que “é pela cultura que vamos”, pois, como refere Bernard Kayser, «qualquer que seja a forma como se apresenta, a cultura, porque contribui para a valorização das potencialidades coletivas e individuais, porque favorece a plena realização das personalidades, é o melhor e o mais eficaz dos vetores do desenvolvimento». Há quem não queira. Mas é este o caminho a seguir.