Ainda não há muito tempo, os efes da trilogia que já são tradicionais de há muito (desde o Estado Novo) estavam a dar uma imagem positiva de Portugal: o F do Futebol (a conquista do Campeonato da Europa), o F de Francisco (de visita a Fátima, no Centenário das Aparições) ou o F do Festival da Eurovisão (ganho por Portugal pela primeira vez, desde 1964!).
Mas foram sucessos breves. Outros, menos agradáveis, lhes sucederam, dando de Portugal uma imagem antagónica daquela que julgávamos começar a ser mostrada (em verdade também muito pelas intervenções do nosso presidente da República e do nosso Primeiro-ministro). De tal forma que o F de Futebol se transformou em questiúnculas inclassificáveis motivadas pelos responsáveis dos clubes maiores (e nas Confederações o título escapou, ficámos com o bronze); o F de Fogo consome pessoas, animais, bens, unidades industriais, alimentação e empregos, revelando inesperadas fragilidades (mais um efe); o F de Fúria que varre as localidades turísticas e de Forças de Segurança que se deixam ultrapassar pelos assaltantes de quartéis (as “Glocks” da PSP) e paióis (como o de Tancos). E há os efes de falhas (de verbas, de meios e de pessoal), falências, fraudes.
Como refere Fernando Gomes, economista e ex-presidente da Câmara Municipal do Porto, “o que está a acontecer deixa os cidadãos chocados e sem saber em quem confiar”.