Nascera na vizinha aldeia de S.João na paróquia de Cerva, Ribeira de Pena, em Março de 1936, e, depois de concluídos os estudos no Seminário de Vila Real, foi ordenado Presbítero em Dezembro de 1960. Celebraria em Dezembro as suas bodas de ouro sacerdotais
Teve como primeiro trabalho pastoral a paróquia de Cabril, no Gerez, em Montalegre e, veio depois para Limões e Alvadia, no concelho de Ribeira de Pena, sempre acompanhado pela sua irmã Maria José. Em 1980 foi-lhe confiada a paróquia de Atei, Mondim de Basto, e, logo depois, nomeado arcipreste do Baixo Tâmega, cargos que exerceu com grande ponderação até 2003. Acometido de doença impeditiva e após algum tempo de doente na residência paroquial, recolheu-se ao Lar da Santa Casa, em Mondim.
Ao seu funeral acorreram muitos padres e uma multidão de antigos paroquianos e pessoas das relações dos seus vários irmãos. Presidiu às exéquias o Bispo de Vila Real ladeado pelo Vigário Geral da Diocese, contemporâneo do P. Bernardo, e pelo actual arcipreste P. Manuel Machado, de Mondim.
Na homilia, o senhor D. Joaquim chamou a atenção para aquele acto celebrado no Domingo, dia da Ressurreição, e lembrou as palavras de Bento XVI em Fátima sobre o esquecimento da Além na cultura actual: «vivemos num mundo centrado na terra e nos seus problemas, e alheios ao Além, como ele não existisse. Daí nasce uma vida abafada e, perante a doença grave e a morte, movemo-nos pior que os pagãos, a esconder a realidade das coisas como se fôssemos capazes de parar o ritmo da criação» O enigma da morte só se resolve com a Ressurreição de Jesus Cristo: Ele é a porta aberta por onde passamos para a vida, porta descrita no livro do Apocalipse».
Sublinhou que o P. Bernardo deixa a todos um testemunho de discrição e de fidelidade, com um arquivo impecável na caligrafa e na ordenação dos documentos. A igreja paroquial, cujo arranjo interior se fizera no seu tempo, é outro testemunho da sua maneira de ser.
O grupo coral da paróquia sustentou o canto dos salmos das exéquias em diálogo com o clero.