Longe de tudo e de todos. Um local bucólico, onde tudo parece andar devagar e ao som melodioso dos pássaros, mas o que mais se aprecia é o silêncio entre os montes enormes que rodeiam esta aldeia do concelho de Alfândega da Fé. É um autêntico recanto escondido no Trás-os-Montes profundo, onde apenas vivem oito pessoas. Uma delas é Ana Maria, que vive logo à entrada da aldeia. Como não se vê ninguém na rua, fomos bater à porta desta moradora, que responde: “Já vai”. Com um gelado na mão, abre a porta e começa logo a falar connosco, e a perguntar o que andamos por ali a fazer.
Feitas as apresentações, a ti Maria, como é mais conhecida, mora na aldeia desde que nasceu, há mais de 70 anos. Vive da parca reforma e do gado que cria. “Tenho três vacas, uma horta para semear alguma coisa para comer”, começou por dizer à VTM, adiantando que lamenta não ter ninguém com quem conversar. “É triste, mas somos tão poucos, mas nem assim nos encontramos para conversar um bocadinho. Eu gosto de falar, mas o meu marido muitas vezes também não fala comigo. É pouco comunicativo”.
Os dias correm devagar, mas aquilo que muitos apreciam, Maria diz que não gosta, pois por aqui não se vê gente e a aldeia está a morrer aos poucos.
A mercearia chega todas as semanas, através de um vendedor ambulante que vem de Chaves e traz “tudo o que é preciso”. “Vende de tudo um pouco, desde queijo, presunto, salpicão ou gelados. Não falta nada”.
Maria confessa que, apesar de não lhe faltar nada, não gosta de morar na aldeia, no entanto, diz que não tem outro lugar para onde ir. “Tenho aqui uns terrenos e noutros lados não tenho nada. Moro nesta casa há mais de 30
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