Durante três meses, período de férias de um dos funcionários do serviço de Vila Real, do Instituto de Meteorologia de Portugal (IM), os pilotos que sobrevoam a capital de distrito, inclusive o operador que garante a carreira área até Lisboa, não têm acesso à informação meteorológica no período antes das nove da manhã, denunciou, ao Nosso Jornal, Henrique Baptista, director do aeródromo municipal.
Segundo o mesmo responsável, o problema foi levantado pelo próprio operador da ligação Bragança –Vila Real – Lisboa, que apresentou uma queixa informal relativamente à falta de informação meteorológica para orientação do primeiro voo da carreira área, que sai do aeródromo brigantino por volta das 07h35 e aterra em Vila Real cerca de 20 minutos depois.
“Questionamos o (IM) e a resposta, enviada por mail, foi que a lacuna se deve ao período de férias de um dos funcionários e deverá prolongar-se por três meses”, explicou o mesmo responsável, que classifica a situação como “inaceitável”, sublinhando a agravante de estarmos a entrar no Inverno, altura em que as condições climatéricas são mais adversas podendo interferir na deslocação das aeronaves.
Henrique Baptista alega que, antes das nove da manhã, o aeródromo “está às escuras” no que diz respeito às condições meteorológicas, guiando-se apenas pelo que é possível constatar “a partir da torre”. “Acredito que pudesse ser feito um ajustamento dos horários dos funcionários que estão no serviço”, defende.
Mais, o director do aeródromo municipal recorda que a Câmara de Vila Real tem em curso um concurso para aquisição de uma estação meteorológica que garantirá a sua autonomia no que diz respeito a esse tipo de informações. “Temos um protocolo com o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) que irá comparticipar em 100 por cento a aquisição desse equipamento”, orçado em 100 mil euros, explicou Henrique Batista, revelando, no entanto, que esse apoio poderá estar em risco já que, as propostas apresentadas no âmbito do concurso público, três no total, estão há meses à espera de um parecer da responsável pelo IM.
Com o prazo de três meses para dar a resposta aos candidatos ultrapassado, o director do aeródromo revelou que, no dia 30, enviou já uma carta ao INAC, expondo mais uma vez a situação e chamando a atenção para a responsabilidade do IM no atraso da conclusão do concurso. “Não queremos perder o apoio financeiro do INAC”, sublinhou Henrique Baptista, revelando que tem mantido contacto com as empresas candidatas com o intuito de questionar se estas mantêm as suas propostas.
Quando este processo estiver concluído, será possível aos funcionários do aeródromo, que prestam informação aos pilotos, referir aspectos básicos para a segurança dos voos, como por exemplo a pressão atmosférica, a temperatura, a altura e densidade das nuvens, parâmetros aos quais terão acesso de forma automática.
Até à hora de fecho desta edição não foi possível ao Nosso Jornal entrar em contacto com a responsável pelo IM.