Deixo aqui, em forma de balanço, figuras e instituições que, para mim, marcaram o ano de 2018.
Pela positiva, destaco o Papa Francisco. Tem sido uma graça para a Igreja e para o mundo! Continua a ser a grande consciência crítica e o maior líder moral do mundo. Graças à sua inquietação e à sua frontalidade, muitos problemas humanos, sociais e eclesiais não têm caído no esquecimento. E com acuidade evangélica, tem apontado soluções e caminhos de esperança. É uma voz respeitadíssima em todo o mundo. Tem sido um bom pastor de crentes e até de não crentes.
Outra grande figura de 2018 é o Cardeal D. António Marto. A sua elevação a cardeal não pode deixar de ser prestigiante para a Igreja portuguesa. Sobretudo, ficamos radiantes pelo facto de o Papa Francisco ter perto de si uma pessoa com grandes qualidades humanas e intelectuais e um grande teólogo.
Na mesma linha, destaco D. José Tolentino Mendonça, nomeado para arquivista e bibliotecário do Vaticano. É o lugar certo para um clérigo que é um bom poeta e bom escritor, apaixonado por livros e pelas letras.
Por fim, destaco D. Manuel Linda, nomeado para bispo da Diocese do Porto. É um grande desafio. A Diocese do Porto é muito exigente e tem tido bispos de grande densidade intelectual e de forte intervenção social. Pelo que se tem visto, tem estado à altura da sua grande missão.
Pela negativa, destaco Donald Trump, enquanto líder da maior potência económica do mundo. Pelos vistos, internamente, a economia americana recomenda-se. Mas Donald Trump não é só Presidente da América. É um líder mundial. Do seu discurso e da sua ação, espera-se que seja gerador de segurança, diálogo, justiça, tranquilidade e paz para o mundo. Infelizmente, temos sido presenteados com jogos de interesses, arrogância, instabilidade, incerteza, populismo, xenofobia. Honestamente, de um presidente americano espera-se muito mais.
O Estado português não pode deixar de ter saldo negativo. É um Estado que absorve impostos atrás de impostos e depois, nas horas em que esperávamos sua prontidão e vigilância, falhou redondamente. Está profundamente ferida a confiança dos portugueses no Estado.
Por fim, a Justiça. Há uma justiça para pobres e outra para ricos. Inaceitável.