Segundo o balanço da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Vila Real, registaram-se, este ano, no distrito, 465 casos de violência doméstica, mais 36 que no ano passado, sendo que continuam a ser as mulheres as principais vítimas.
O maior número de denúncias foi registada pela Guarda, que, através do seu Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE), este ano, até ao mês de Setembro, foi chamada a intervir em 333 situações, mais 16, que em todo o ano de 2009.
Apesar de ainda não ter contabilizado o último trimestre de 2010, a GNR avançou um primeiro balanço que indica que o maior número de denúncias ocorreu no terceiro trimestre com o registo de 127 situações de violência doméstica, 79,5 por cento, das quais tiveram as mulheres como vítimas.
A GNR recorda ainda que, este ano ficará marcado pela morte de duas mulheres com armas de fogo.
Já no que diz respeito às estatísticas avançadas pela PSP, que contemplam as cidades de Vila Real e Chaves, foram registadas 132 denúncias, mais dez que no ano passado.
As Equipas de Proximidade e de Apoio às Vítimas de Crime da Polícia tomaram conta de 80 processos de crime de Violência Doméstica na cidade flaviense e 52 na capital de distrito, em ambas as cidades houve um acréscimo de 15 casos.
A PSP revela ainda que, 96 por cento dos agressores são do sexo masculino, a maior parte tem entre 36 e 45 anos.
As vítimas são maioritariamente mulheres dentro das faixas etárias dos 31 aos 35 anos, e 46 e 50, sendo ainda de sublinhar que em 54 por cento dos casais, envolvidos em crimes de violência doméstica, têm filhos.
Somando os registos de ambas as forças de segurança, constata–se que a esmagadora maioria das vítimas são mulheres, seguindo-se crianças, idosos e homens, enquanto que o agressor normalmente é o cônjuge ou ex-companheiro e o local do crime é a residência.
O Governador Civil de Vila Real, Alexandre Chaves, condena a violência doméstica classificando-a como um “desrespeito” contra os Direitos do Homem.
Trata-se de um crime que não afecta só agressor e vítima, “mas também os filhos, bem como a comunidade onde estão e à sociedade futura em termos psicológico, social e cultural”, explicou o representando do Governo no distrito, advertindo que “os filhos que vêem um espectáculo degradante de violência, no futuro, poderão transmitir para os seus vindouros”.
“A GNR e a PSP têm feito um trabalho no distrito muito importante”, sublinhou ainda Alexandre Chaves, recordando os tempos, não muito longínquos, em que “as desavenças entre o homem e a mulher ficavam dentro de casa”. “Hoje, a Violência Doméstica é um crime público”, logo deve ser denunciada e condenado quem a pratica.
O Governador Civil frisou ainda a importância de garantir “todas condições para uma defesa digna” às vítimas, quer seja o homem ou a mulher, idosos ou crianças.