A Junta de Freguesia de Vila Cova aprovou, no dia 27, a atribuição de dois subsídios sociais, um direccionado às famílias que optem por residir na freguesia e outro por cada nascimento, ambos no valor de mil euros e em vigor já a partir de amanhã.
“Já temos a certeza que vamos entregar pelo menos um subsídio”, confirmou, ao Nosso Jornal, Maurício Carvalho, presidente da junta de freguesia, referindo-se a uma família que já anunciou o nascimento de um filho em 2010.
No entanto, como garantiu o autarca, o objectivo é que muitas mais pessoas venham a usufruir das benesses, criadas exactamente para combater a desertificação e o envelhecimento na freguesia.
Maurício Carvalho levantou ainda a ponta do véu sobre outras medidas de apoio que estão na calha, nomeadamente a atribuição de um subsídio para a requalificação de habitações e uma comparticipação monetária anual por contador para ajudar no pagamento da factura da luz.
“Em princípio até Março, vamos propor à Assembleia de Compartes que comparticipe na atribuição da ajuda ao pagamento da conta da electricidade dos residentes”, explicou o mesmo responsável, revelando que, inicialmente, a ideia seria mesmo assumir na totalidade as despesas em electricidade de cada família, no entanto, para evitar consumos abusivos, optou-se por propor uma taxa fixa anual, paga numa só prestação, que poderá chegar aos 150/200 euros.
Para garantir melhores condições de vida à sua população, Vila Cova já está servida com duas redes wireless gratuitas, cujos custos são suportados pela junta e pela Conselho Directivo de Baldios.
“Queríamos fazer muito mais, mas com um orçamento anual de cerca de 35 mil euros é muito difícil”, explicou o presidente da junta, defendendo que o Governo devia apostar mais a fixação de pessoas nas zonas rurais, concedendo “apoios efectivos” em vez de apresentar programas que, na prática, “pouco fazem” pelas populações.
Contanto com cerca de 80 fogos habitados e uma população que ronda as 200 pessoas, Vila Cova quer recuperar o fôlego ao incentivar, por exemplo, as pessoas que são naturais da freguesia e que actualmente residem noutras localidades a regressar à terra natal ou a investir numa “segunda casa”, para passar os fins-de-semana e as férias.
Apesar do esforço da freguesia, Maurício Carvalho reconhece que para trazer de volta a população é preciso um grande investimento ao nível das infra-estruturas, “é preciso melhorar os acessos, garantir condições para que as crianças possam frequentar as escolas e melhorar o apoio às pessoas mais idosas”. “Sozinha a junta não consegue”, concluiu.
Além de autarca, Maurício Carvalho é presidente também da Assembleia de Compartes, órgão deliberativo do Conselho Directivo de Baldios, que gere as verbas provenientes do arrendamento dos terrenos ocupados pelo parque eólico existente.
De sublinhar que acabou ontem a discussão pública de mais um projecto na área das energias renováveis, previsto para a freguesia, a criação de mais um parque eólico que vai somar 14 aerogeradores aos sete que já têm como morada Vila Cova.